Pará

Parauapebas e Canaã dos Carajás estão entre os maiores PIB do país

Os dados são do IBGE relativos ao ano de 2020, que mostram a importância da atividade mineral para a economia dos dois municípios paraenses, que chegam a ter 10 vezes o produto de outras cidades. Foto: Agência Pará
Os dados são do IBGE relativos ao ano de 2020, que mostram a importância da atividade mineral para a economia dos dois municípios paraenses, que chegam a ter 10 vezes o produto de outras cidades. Foto: Agência Pará

Luiza Mello

Dados divulgados ontem, 16, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, mostram que, graças à extração mineral, Parauapebas (+0,5%) e Canaã dos Carajás (+0,3%) estão entre os cinco municípios brasileiros que aumentaram a presença no ranking de participação no PIB nacional no período de 2019 para 2020.

Com isso, Canaã dos Carajás acabou registrando no período o maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita do país: R$ 591.101,11, puxado pela extração de minério de ferro. No mesmo ano, o PIB per capita brasileiro foi de R$ 35.935,74. Os dados são da pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios 2020.

Os números apresentam a participação das cidades brasileiras na alavancagem do Produto Interno Bruto do Brasil e revelam que as capitais registraram em 2020 a menor participação no PIB desde o início da série histórica.

No segundo lugar do ranking de maior PIB per capita ficou Selvíria, no Mato Grosso do Sul, seguido por Louveira (SP), Paulínia (SP), Gavião Peixoto (SP), Extrema (MG), Ilhabela (SP), Presidente Kennedy (ES), São Francisco do Conde (BA)

e Davinópolis (GO). Manaus teve ganho de participação devido ao desempenho das indústrias de transformação da Zona Franca, e Saquarema/RJ registrou ganho atrelado à extração de petróleo e gás. Outros municípios ligados à agropecuária também ganharam uma fatia no PIB em 2020.

Entre as capitais, Brasília (DF) teve o maior PIB per capita, R$ 87.016,16, enquanto Salvador (BA) registrou o menor resultado, R$ 20.417,14. Belém figura na 3ª colocação no ranking entre os municípios do Norte do país, com per capita de R$ 30.835,76.

O IBGE ressalta que houve redução relativa da importância econômica dos grandes centros urbanos no PIB de 2020. Em 2019, aproximadamente um quarto da produção econômica estava localizada somente em São Paulo/SP e Rio de Janeiro/RJ, mas, em 2020, essas duas concentrações urbanas somaram 23,7% do PIB nacional.

A concentração urbana de São Paulo/SP correspondeu a 16,2% do PIB, queda de 0,7 ponto porcentual, e a do Rio de Janeiro/RJ, 7,4%, recuo de 0,5 ponto porcentual. “Ademais, é possível verificar que todas as 10 maiores Concentrações Urbanas tiveram redução em suas participações relativas na economia. Em 2020, essas Concentrações Urbanas somaram 40,5% do PIB, uma redução de 2,3 pontos ante o peso de 2019”, frisou Luiz Antonio de Sá, do IBGE.

“Foi a menor participação das capitais em 19 anos de série”, observou Sá. “As capitais sentiram mais o peso do impacto econômico da pandemia do que as não capitais em geral.”

Em 2002, as capitais respondiam por 36,1% do PIB, ante uma fatia de 63,9% das não capitais. Em 2019, no pré-pandemia, essa participação das capitais tinha se reduzido a 31,5%, enquanto a das não capitais subiu a 68,5%. Em 2020, a fatia das capitais caiu a 29,7%, enquanto a das não capitais aumentou a 70,3%.

“Entre as trinta maiores perdas de participação, 12 são capitais, e a gente atribui à queda dos serviços”, explicou Sá.

No período analisado, os 82 municípios mais ricos detinham metade (49,9%) do PIB nacional, mas concentravam apenas 35,8% da população brasileira. Os 100 municípios mais ricos somavam 52,9% do PIB do Brasil em 2020.

Por outro lado, os 1.275 municípios mais pobres responderam por apenas 1,0% do PIB nacional, mas 2,9% da população do País. Nesse grupo de menores participações no PIB, municípios do Piauí (148) e da Paraíba (135) representavam mais de 60% do total de municípios de seus respectivos estados.