Pará
Curso oferece especialização a professores no atendimento a pessoas com autismo
Professores precisam lidar diariamente com crianças e adolescentes com características particulares quando o assunto é aprendizado. Em se tratando de alunos com transtorno do espectro autista (TEA), esse desafio pode ser maior, caso os educadores não tenham formação específica sobre o assunto.
Atuar junto a esses professores na inclusão de pessoas com TEA é um dos objetivos do primeiro curso de Especialização em “Atendimento Educacional ao Educando com Transtorno do Espectro do Autismo”, lançado oficialmente na última terça-feira, 06, na escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Visconde de Souza Franco.
O curso é uma parceria entre Ministério da Educação (MEC), Projeto TEA, da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Secretaria de Saúde do Estado do Pará (Sespa), Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo (CEPA) e a Secretaria de Educação do Estado do Pará (Seduc).
“Esse encontro para o lançamento do curso é uma forma encontrada para reunir todos os interessados entre professores e representantes de escola. Essa é a primeira Especialização aprovada nesse viés no Brasil inteiro, e a primeira em que conseguimos garantir realmente o que está previsto na lei federal que é a questão da intersetorialidade. É uma ação importante para mostrar como esse projeto é efetivamente construído entre as áreas da saúde e educação do estado, e a universidade”, destacou a professora Flávia Marçal, coordenadora do projeto TEA UFRA.
Responsável por capacitar os professores, a universidade reúne a expertise necessária para iniciar uma pós-graduação desse porte, como explica a professora. “Desde 2018 nós estamos ofertando aperfeiçoamentos e capacitações, internos e externos, com recursos próprios ou com parcerias, como a especialização ofertada em conjunto com a Universidade do Estado do Pará. A universidade tem uma atuação interinstitucional nessa área, pessoal capacitado e uma equipe envolvida no sentido de tornar o ensino mais inclusivo”, afirma.
A especialização será realizada em quatro municípios: Belém, Ananindeua, Marituba e Breves. A escolha dos professores da educação básica que podem participar do curso é feita pela Seduc, a partir da necessidade das escolas de cada município. Ao todo 200 vagas foram ofertadas, tendo sido o projeto já aprovado perante o MEC e em tramitação nas demais instâncias para início das aulas em 2023.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) engloba uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem, e por interesses e atividades do indivíduo, realizadas de forma repetitiva. O diagnóstico acontece de forma clínica, feito principalmente por Neurologistas e Psiquiatras.
A OMS estima que uma em cada 160 crianças no mundo possui o TEA. “No censo de 2020 que está sendo aplicado este ano, há perguntas para tentar identificar quantitativo de pessoas com autismo, o que vai ajudar a identificar e ter um panorama oficial desses dados. No entanto, o Censo da Educação brasileira também não identifica pessoas com TEA, apenas pessoas com deficiência, incluindo deficiência intelectual. Muitas pessoas com autismo podem não estar identificadas ou não diagnosticadas no estado”, diz a professora Flávia Marçal.
Fonte: Ascom Ufra