Pará

Preço do gás é reduzido nas distribuidoras, mas diminuição não chega aos consumidores

O paraense ainda não sentiu o cheiro da queda do preço do gás. Foto: Antonio Melo/Diário do Pará
O paraense ainda não sentiu o cheiro da queda do preço do gás. Foto: Antonio Melo/Diário do Pará

Alexandre Nascimento

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) anunciou, no último dia 8, a redução de 9,8% no preço do botijão de 13 kg do gás liquefeito de petróleo (GLP), mais conhecido como gás de cozinha, para as distribuidoras. No entanto, segundo as empresas revendedoras do produto, na prática o percentual ainda não foi aplicado e, até então, não há diminuição no preço final repassado ao consumidor.

Ainda de acordo com a ANP, em valores reais, a redução representaria a queda de R$ 4,55 no preço médio do produto. Desta forma, o valor do gás de cozinha em Belém, que segundo a pesquisa da própria agência entre os dias 27 de novembro a 3 de dezembro custava em média R$ 112,82, passaria a valer R$ 108,27. Mas, os valores cobrados estão bem longe disso, com preços do produto que chegam até R$ 130.

Num estabelecimento localizado na travessa Angustura, esquina com a rua Antônio Everdosa, no bairro da Pedreira, a queda no preço do produto ocorre apenas em função do desconto dado pelo proprietário. “De R$ 130, estamos cobrando o gás por delivery R$ 122 e se o cliente vir no estabelecimento R$ 115. Mas, até o momento comprei da distribuidora sem esse desconto”, disse Rafael Sousa, proprietário.

Na realidade, essa é a quinta redução nos preços do botijão de 13 kg do gás de cozinha concedido pela ANP para as distribuidoras, neste ano. Novamente, a anunciada queda não foi sentida pelos estabelecimentos e, por sua vez, os consumidores. “Tiveram outros anúncios sobre a redução desses preços, mas eles nunca fizeram tanta diferença assim, principalmente aos empresários que trabalham de forma legal. Em um deles, lembro que a redução foi de apenas R$ 3, que não influenciou muito no preço final ao cliente”, completou Rafael Sousa.

Dessa forma, resta aos consumidores aproveitar as promoções feitas pelas revendedoras ou receber descontos especiais no preço final do gás. É o caso do empresário Nilson Cardoso, que por comprar entre 8 a 10 botijões por semana, usados na sua venda de comidas típicas, no bairro de Canudos, em Belém, ganha o benefício do estabelecimento.

“Ganho desconto de R$ 5 e a unidade do botijão para mim fica R$ 115. Se esses estabelecimentos ganhassem mesmo essa redução, então meu desconto seria ainda maior. Espero que isso realmente aconteça”, concluiu Nilson.