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Saiba quem são os principais vilões da saúde auditiva

Saiba quem são os principais vilões da saúde auditiva

Pryscila Soares

No trabalho, no percurso do ônibus ou dentro do carro, durante a prática de atividades físicas ou em momentos de lazer. O uso dos fones de ouvido é cada vez mais constante com a sociedade mais conectada à internet e aos aplicativos que disponibilizam serviços de streaming de música, filmes e séries. O acessório é utilizado por pessoas de todas as idades, sobretudo pelos mais jovens. O hábito pode parecer inofensivo, mas especialistas alertam que o uso inadequado pode gerar prejuízos à audição.

A frequência de uso e o volume do som dos fones de ouvido devem ser controlados pelo usuário. Além disso, outra situação que preocupa pelo mesmo motivo é a exposição externa a volumes elevados em diferentes ambientes. Conforme matéria publicada pelo jornal Correio Braziliense, recentemente a revista científica BMJ Global Health divulgou um estudo estimando que mais de um bilhão de adolescentes e jovens em todo o mundo correm o risco de sofrer perda auditiva por causa dessas práticas.

O levantamento defende a adoção de medidas preventivas na saúde auditiva. Para a fonoaudióloga Izi Pardal, a principal consequência do uso inadequado dos fones ou da exposição a sons externos com altos decibéis é a perda auditiva irreversível. “Ao contrário do que muita gente pensa, a lesão irreversível – provocada por altos volumes – pode ser imediata e não necessariamente depois de muito tempo de exposição”, disse.

Entre os sinais da perda auditiva, a criança, por exemplo, pode apresentar alterações de fala e até um baixo rendimento escolar, conforme ressaltou a especialista. “A perda auditiva, por sua vez, já traz mais consequências como dificuldade de compreender palavras, especialmente na presença de ruídos, tontura, zumbido, falta de concentração. Nas crianças é possível notar alterações de fala, trocas de letras na escrita, percepção de desatenção, notas baixas e zumbido”, informou.

Izi Pardal: “Atualmente existe uma gama de exames específicos para detectar se há perda e qual é o tipo e grau da mesma” FOTO: divulgação

PERIGO

Hoje é possível encontrar fones de diferentes tipos e modelos no mercado. Para os jovens gamers, que costumam passar horas a fio jogando videogame, o uso deles é quase que indispensável. Mas, é necessário usar esse acessório com cautela. E, de acordo com a fonoaudióloga, a agressão provocada pelos fones pode ser ainda mais severa do que se expor a altos volumes externos.

“Imagine uma mesma intensidade nas duas situações, 80 decibéis por exemplo, quando direto no fone e no ouvido de quem usa, essa intensidade entra em contato com as estruturas internas da orelha com maior pressão sonora, o que pode causar uma lesão mais imediata e de maior escala”, destacou.

Em caso do surgimento de sinais de perda auditiva, o indivíduo deve buscar atendimento médico com o otorrinolaringologista e especializado com um fonoaudiólogo. Segundo Izi Pardal, quanto mais cedo o problema for detectado, as intervenções e tratamentos precoces serão mais eficazes.

“Atualmente existe uma gama de exames específicos para detectar se há perda e qual é o tipo e grau da mesma, até em crianças, como: audiometria tonal e vocal, audiometria lúdica, emissões otoacústicas (teste da orelhinha) e o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE), esses exames são feitos por fonoaudiólogos”.