TEXTO: TYLON MAUÉS
A quantidade de HQs, revistas, graphic novels e livros em quadrinhos à disposição no mercado brasileiro não chega a ser a mesma de países com mais tradição de leitores e publicações, mas a variedade alcança a quase todos os gostos. Das grandes editoras às empresas mais novas, quadrinhos do mainstream aos alternativos têm em profusão. Mas, um detalhe simples, mas muito relevante, salta aos olhos para quem quer entulhar a sala da casa cm essas obras: o preço. Quase sempre são proibitivos. E, se as HQs, mais até que os livros convencionais, lidam com o fetichismo com as ilustrações, o baque financeiro pode ser dos grandes para quem ousar se jogar a essa fixação. Por isso salta aos olhos, e aos bolsos, a iniciativa Conrad Editora com o projeto “HQ para todos”, com publicações de qualidade a preços acessíveis.
Uma das pioneiras a abrir espaço nas livrarias brasileiras para os quadrinhos, a Conrad trará no ano que vem um projeto com obras de R$ 9,90 a R$ 14,90, em preto e branco e coloridas. Ganhar mercado, dar oportunidade a leitores com preços acessíveis, seja lá qual for a desculpa a ser dada, é revigorante saber que vai dar para comprar coisas de primeira sem comprometer o orçamento.
De acordo com a Conrad, todas as edições do selo serão em brochura. “Mayara e Annabelle”, um dos primeiros títulos e que já está em pré-venda no site da editora (conrad.com.br), é contada em preto e branco e sairá pelo preço mínimo, de R$ 9,90, enquanto “A Sala de Espera da Europa”, que é colorida, custará R$ 14,90. Ao todo, estão programados dez lançamentos para o ano que vem.
“Mayara e Annabelle” são as ninjas funcionárias públicas da “Secretaria de Controle de Atividades Fora do Comum”. Criadas em 2014 pelos brasileiros Pablo Casado e Talles Rodrigues, elas voltam em mais uma história, dessa vez ambientada em Fortaleza (CE), com uma versão meio lisérgica da Carreta Furacão.
Já a obra da holandesa Aimée de Jongh toca pela sensibilidade. “A Sala de Espera da Europa” relata a passagem dela pelo campo de refugiados na ilha grega de Lesbos, na Grécia. São 25 páginas de uma reportagem em quadrinhos sobre as condições dos refugiados de vários países.