Cintia Magno
Até o momento, o Estado do Pará registrou um saldo positivo de 48.829 postos de trabalho em 2022. Foram 362.315 admissões, contra 313.486 desligamentos no período entre janeiro e outubro, de acordo com os últimos dados disponibilizados pelo Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia. Os números dão uma direção sobre o perfil do emprego no Estado em 2022, com destaque para as admissões de jovens com idade entre 18 a 24 anos e com ensino médio completo.
Desde o início deste ano, o Estado do Pará conseguiu manter saldo positivo de empregos por praticamente todos os meses, com exceção do mês de janeiro de 2022, quando foi registrado saldo negativo de 624 postos de trabalho.
Nos demais meses, o que se observa é a ocorrência de saldos positivos variáveis. O mês que registrou melhores números até o momento foi o de junho, com 10.007 postos de trabalho. O bom desempenho de junho acompanha a tendência já observada em 2021, quando o mês também foi de recorde de novos empregos naquele ano.
Em todo o Estado, o setor de serviços foi o responsável por puxar o saldo positivo de empregos, acumulando 21.570 do total de 48.829 postos de trabalho. Com relação ao saldo de empregos por perfil dos trabalhadores, a maior concentração desses 10 meses do ano ficou entre os homens jovens, com idade entre 18 a 24 anos, e ensino médio completo.
CENÁRIO
Quando se trata da empregabilidade para os jovens, o cenário também é positivo entre os que buscam uma vaga de estágio ou de Aprendiz. Dados de um levantamento inédito realizado pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) apontam crescimento no número de vagas de estágio e a perspectiva é de que, no período de outubro de 2022 a janeiro de 2023, cerca de 61 mil vagas sejam ofertadas tanto para estágios, quanto para programas Aprendiz.
O cenário da empregabilidade para a juventude ao longo deste ano de 2022 se comportou de maneira diferente no que se refere às vagas de estágio e de aprendizagem. Durante coletiva realizada nesta semana, e que apresentou os números do estudo, o CEO do CIEE, Humberto Casagrande, explica que o ano foi mais favorável para as vagas de estágio.
“Nós experimentamos uma recuperação significativa ao longo desse ano e que nos leva, praticamente, aos mesmos níveis que tínhamos antes da pandemia, considerando os programas de estágio e de aprendizagem”, considera. “Já o Aprendiz sofreu um forte impacto pelo fato de o Governo ter lançado em maio deste ano a Medida Provisória 1116/2022, que afetou muito o programa e fez com que houvesse uma queda grande nas contratações”.
Apesar disso, até novembro de 2022 o país registrou um volume de 233.536 estagiários e aprendizes inseridos no mundo do trabalho, segundo os registros do CIEE e esse crescimento não se restringiu ao comparativo entre 2021 e 2022, mas também de um mês para o outro. O mês de outubro de 2022 fechou com um total entre 200 a 203 mil estagiários e aprendizes, um crescimento de 30 mil em relação a novembro.
Apesar disso, um fenômeno caracterizado como de sazonalidade demonstra uma perspectiva positiva para os últimos meses de 2022 e janeiro de 2023. “Estamos lançando agora, dentro dessa política de sazonalidade, que é quando no final do ano muitos jovens terminam seus contratos e precisam ser substituídos por outros jovens, então, nós temos nessa situação 61 mil contratos em todo o Brasil”.
A superintendente Nacional de Operações e Atendimento do CIEE, Mônica Vargas, explica que a expectativa de 61 mil vagas se refere à soma dos términos de contratos que, naturalmente, abrem novas vagas no período de outubro a janeiro. Desse total, 51.103 deverão ser para vagas de estágio, o equivalente a 83%, e 10.449 para programas Aprendiz, representando 17%. Dentro dessas vagas, 3.776 deverão estar concentradas na Região Norte.
“No ano passado, no mesmo período, nós ofertamos uma média de 55 mil vagas”, considera. “Então, isso mostra que é um grande movimento esse processo de inserção e a gente tem boas novas para 2023”.