Irlaine Nóbrega
Os gastos mensais nos acompanham durante toda a vida. Assim, gastar mais do que se ganha, é um dos maiores problemas na realidade de grande parte dos brasileiros. Os imprevistos e o aumento constante dos preços de itens essenciais só corroboram a dificuldade de equilibrar as despesas.
Os gastos mensais são todas as despesas que uma pessoa, família ou instituição possui todos os meses. Essas despesas estão divididas em três tipos principais, sendo básicas, necessárias e supérfluas. A primeira são as despesas essenciais para se viver, como aluguel ou condomínio, energia elétrica, alimentação e água. A segunda, por sua vez, diz respeito aos gastos que garantem a qualidade de vida de uma pessoa, como educação, plano de saúde, internet e academia, por exemplo. Já o último são os gastos relacionados aos desejos de consumo que não são essenciais, como viagens, pedido de comida e assinaturas de produtos online.
Segundo o educador financeiro Alexandre Damasceno, professor do curso de Economia da UFPA, o ideal seria destinar 25% do salário, o que dá R$303,00 do valor do mínimo, para as contas essenciais. Porém, a alta no preço dos serviços básicos deve ser levada em consideração para equilibrar as contas, principalmente em relação às famílias de baixa renda. O domínio do orçamento e o planejamento dos gastos mensais são os principais aliados nesse momento.
“A ideia fundamental é pensar no que a gente quer e no que a gente pode consumir. Temos que ter o olhar mínimo de planejamento e fazer um pouco de anotação desses gastos. É botar na ponta do lápis o que a gente precisa, o que é essencial. Primeiro, o abrigo, a moradia, alimentação, energia, água e o meio de transporte para quem trabalha. Quando a pessoa é baixa renda, ela tem que fazer todo um processo de jogo orçamentário. Tem que entender quanto ganha e gerar uma relação de quanto vai gastar. É pensar em olhar diário para gerar o mensal”, orientou Alexandre Damasceno.
A diminuição dos gastos supérfluos ou de valores excedentes também são caminhos de lidar com o descontrole do orçamento. “Tem que avaliar onde está tendo mais gasto, mais saída da despesa. Se em casa, você tem um custo de energia muito alto, tem que pensar em poupar, e nas formas de poupar. É tentar economizar o máximo de energia, por exemplo, evitar comer em restaurante, na hora do supermercado avaliar a compra dos produtos. É gerar alternativa para aquele gasto mensal”, afirma o economista.
Conforme o educador financeiro, existem três tipos de agentes financeiro. O primeiro é o superavitário, aquele que a renda é superior aos gastos. O segundo seria o neutro, no qual a renda se iguala aos gastos. Por fim, o terceiro é o agente deficitário cuja a renda não cobre as suas despesas. No último caso, a principal forma de endividamento está associada ao uso indiscriminado do cartão ou crédito especial, que registram a maior taxa de juros do mercado, em torno de 280 a 300%.
Em caso de endividamento, a saída é procurar alternativas para retomar o equilíbrio das contas mensais. “Quando a pessoa está endividada tem que procurar alternativa de melhorar o controle através do planejamento desses gastos mensais e buscar renda extra. Essa renda extra vai com algo que a gente possa fazer e possa agregar os valores do nosso salário. É interessante produzir bens ou oferecer serviços que a gente tem habilidade em fazer para cobrir o déficit que a gente tem”, finalizou o educador Alexandre Damasceno.