Pará

Hotéis e pousadas vivem otimismo com festas no Pará

Setor de hospedagem conta com crescimento no final do ano oferecendo atrativos e pacotes. Foto: Divulgação
Setor de hospedagem conta com crescimento no final do ano oferecendo atrativos e pacotes. Foto: Divulgação

Luiz Flávio

A Associação Brasileira da Industria de Hotéis Seção Pará (ABIH-PA) estima que o crescimento do setor em 2023 alcance 5% no Estado com a ampliação dos atuais 18 mil leitos para 19 mil leitos. Mas a condição principal, de acordo com a entidade é que a demanda atual continue na curva de crescimento e as companhias aéreas baixem o preço das tarifas, que registram um crescimento de 28,17% na passagem dos meses de setembro para outubro, a maior registrada no ano.

Desde janeiro até final de outubro, as passagens aéreas já acumulavam alta de 36,37%, chegando a 40,58% em 12 meses de acordo com o IBGE.

Toni Santiago, presidente da ABIH-PA, diz que o movimento no setor hoteleiro paraense só vem crescendo após o fim das restrições sanitárias decorrentes da pandemia. “Começou forte no âmbito regional e depois obteve o reforço do turismo nacional. Só não foi melhor por conta dos preços das passagens aéreas que ainda estão muito altas. Ainda assim o ano de 2022 manteve a plena recuperação do segmento”, garante.

Com relação ao réveillon, Santiago espera um grande movimento nas regiões costeiras paraenses. “Está havendo muita procura para as regiões do salgado, Marajó, Santarém e regiões entorno de Belém, ainda que haja o reflexo dos preços das passagens aéreas que inibem um fluxo grande no exportativo e receptivo”, aponta.

Com relação as perspectivas para 2023, independente dos governos, o presidente da entidade afirma que a iniciativa privada tem grandes perspectivas de que esse crescimento continue. “Temos fortes investimentos da hotelaria no Pará com crescimento de leitos e esperamos como sempre uma grande parceria com os governos que assumem”.

Fernando Soares assessor jurídico do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará confirma o crescimento do setor em relação a 2021, com destaque para os roteiros para o interior do Estado para municípios como Salinópolis, Alter do Chão, entre outros. “ A Confederação Nacional do Comércio (CNC) fez uma previsão de crescimento do setor na ordem de 1,3% e já alcançamos 4,3%, o que o segmento não esperava, já que as previsões de retomada eram apenas para o segundo semestre desse 2023”, comemora.

Soares lembra que o réveillon paraense é realizado com mais força nas cidades com praias como Algodoal, Salinas e Mosqueiro. “As notícias que nos chegam é que as reservas feitas até o momento em alguns desses municípios já superam 60% e a tendência é que possam chegar a 100% já na segunda quinzena deste mês, com cerca d 70% de confirmações”, calcula.

As previsões de crescimento para o setor para 2023, na opinião do assessor, estão atreladas à pandemia da Covid que já mostra sinais de crescimento em alguns Estados.

“Já está havendo algumas medidas sanitárias, como uso de máscaras em aviões, criando um certo receio nas pessoas em viajar. Precisamos ver se haverá um aumento real no contágio. Se permanecer no patamar que está ou reduzir, a tendência é de crescimento de retornarmos ao patamar de 2019. Ainda estamos nos recuperando das grandes perdas que tivemos em 2020 e 2021”, justifica.

Os pacotes de hospedagem para o réveillon no Paraíso – Praia, Hotel e Resort, localizado na praia do Paraíso, em Mosqueiro, começaram a ser vendidos em agosto e esgotaram no início deste mês. Com direito a ceia, mesa para o show da virada, show pirotécnico e café da manhã. Hoje o estabelecimento só comercializa mesas individuais. O preço dos pacotes variam de R$ 1.954,00 a 3.090,50.

“Graças a Deus conseguimos esgotar os pacotes. Mas isso não reflete o que passamos ao longo desse ano. A procura diminuiu e as perspectivas infelizmente não são muito animadoras para o ano que vem. Pagamos impostos altos e ainda não conseguimos nos livrar do fantasma da Covid”, lamenta o empresário Otacílio Braga, proprietário do hotel.

Segundo ele as medidas ainda não tiveram fim. “Temos sempre fiscalizações sanitárias e todos os funcionários tem que ter as duas carteiras agora: a de saúde e a de vacinação. Isso é obrigatório. A Nossa ocupação média esse ano ficou em torno de 35%, o que é pouco para as despesas que temos”, diz Braga. O hotel possui 55 leitos divididos em chalés e apartamentos.

Réveillon esgota reservas em Salinópolis

O Hotel Solar, em Salinópolis, idealizou um pacote para o réveillon de 30/12 a 02/01. Quem fechou antecipado ganhou como brinde a diária do dia 29, um passeio de Catamarã e parcelamento de até 6 vezes no cartão de crédito. “No pacote de 3 diárias está incluso ainda noite especial com Missa do Galo, encenação do nascimento de Jesus, café da manhã, festa da virada com banda e dj’s e “open food”, destaca Geraldo Barros, proprietário do hotel.

O empresário disse que o setor turístico e hoteleiro paraense ainda depende muito de feriados. “E como em 2022 os feriados caíram no meio de semana na sua maioria, o movimento estagnou e não cresceu como imaginávamos. Minha média de ocupação ficou em 33% ao longo deste ano…Para 2023 nossa perspectiva é de um crescimento de 20%, já que os feriados cairão mais próximos dos finais de semana”, acredita.

Bragança é um dos destinos turísticos mais procurados no Estado e o movimento na localidade. Letícia Lima de Freitas, proprietária do Hostel Guarimã, localizado no centro da cidade, diz que este ano ainda não houve Carnaval e o movimento entre janeiro e março não foi nada bom.

“O movimento começou a melhor mesmo a partir de junho com as festas juninas e em julho com as férias escolares. Neste segundo semestre o movimento continuou razoável e cresceu agora no último trimestre já com as reservas para a festa de São Benedito e para o Ano Novo”.

Os pacotes para réveillon do hostel começaram a ser vendidos em agosto para um mínimo de 3 dias para uma até 6 pessoas (quartos compartilhados). Até a última quinta restava apenas uma unidade de quarto privativo (para 4 pessoas) e algumas camas nos quartos compartilhados.

A empresária afirma que a expectativa é de crescimento na ocupação já que o hostel, além de hospedagem, realiza passeios turísticos pela região do Caeté. “Esperamos que o governo do Estado inaugure o quanto antes a nossa orla para que o movimento aumente ainda mais, beneficiando todo o setor aqui na região”.

Letícia avalia que Bragança e outras regiões turísticas do Estado ainda precisam de uma maior divulgação. “Nem a nossa própria população conhece os atrativos que temos aqui, que são muitos e com um enorme potencial nas áreas cultural e gastronômica. Se isso melhorar, certamente vamos crescer muito”, diz.