Pará

Cesta básica dos paraenses tem alta acumulada de 14%

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA), o reajuste foi de 14,26% no acumulado dos últimos 12 meses, ou entre outubro de 2021 e 2022, na Região Metropolitana de Belém (RMB). Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA), o reajuste foi de 14,26% no acumulado dos últimos 12 meses, ou entre outubro de 2021 e 2022, na Região Metropolitana de Belém (RMB). Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará.

Alexandre Nascimento

A aposentada Sônia da Silva, 71 anos, adotou a tática de comprar alimentação pronta, geralmente por meio de delivery, como forma de economizar. A prática ganha fundamento, quando se analisa a alta dos preços dos produtos que compõem a cesta básica dos paraenses. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA), o reajuste foi de 14,26% no acumulado dos últimos 12 meses, ou entre outubro de 2021 e 2022, na Região Metropolitana de Belém (RMB).

“Minha vinda ao supermercado, como aconteceu hoje (ontem), é apenas quando preciso fazer compras para uma festa em família, como o aniversário da minha família no próximo domingo (4). Mas, na minha rotina diária, há muito tempo não faço compras e percebi que economizei com os alimentos, energia, gás e água”, revelou a aposentada.

Mas, a realidade da maioria das pessoas é organizar o orçamento para garantir a cesta básica, que tem sofrido constantes altas no preço. Entre os alimentados mais sentidos pelos consumidores, segundo o Dieese-PA, constam o café com alta acumulada de 38,50%, seguido do leite com reajuste de 30,45%, pão com aumento de 29,45%, açúcar com acréscimo de 22,06% e a banana com alta de 16,76%.

O Dieese-PA também incluiu como, em reais, a alta acumulada compromete a renda das famílias da RMB. Segundo a pesquisa do instituto, a cesta básica custa ao bolso do consumidor R$ 615, o que equivale a 55% do atual salário mínimo de R$ 1.212, uma vez que o reajuste de 14% da alimentação básica superou os 10% do salário, o que representa a perda do poder de compra do trabalhador.

Dessa forma, a situação obriga os consumidores a adotar medidas que façam economizar na hora de fazer as compras. “Não compro todos os produtos no mesmo supermercado, porque sei que eles variam muito de preço entre os estabelecimentos com diferenças bem em conta, em alguns deles procurando as promoções das ofertas do dia. Além disso, tenho procurado as feiras dos bairros que sempre tem preços mais baratos, como nas verduras e legumes. Enfim, qualquer medida de economia é bem-vinda para garantir a alimentação”, concluiu Juvenal Vieira, servidor público.

Tabela dos alimentos da cesta básica nos últimos 12 meses

 

PRODUTOS

 

 

QTD

PREÇOS MÉDIOS VARIAÇÃO

NO

PERIODO

%

OUTUBRO

2022

R$

OUTUBRO

2021

R$

CAFÉ 1,00 KG R$  35,76 R$  25,82 38,50%
LEITE 1,00 L R$  7,46 R$  5,71 30,65%
PÃO 1,00 KG R$  15,21 R$  11,75 29,45%
AÇÚCAR 1,00 KG R$  5,81 R$  4,76 22,06%
MANTEIGA 1,00 KG R$  57,40 R$  47,61 20,56%
BANANA 1 DÚZIA R$  8,22 R$  7,04 16,76%
FEIJÃO 1,00 KG R$  7,71 R$  6,94 11,10%
CARNE 1,00 KG R$  39,67 R$  36,59 8,42%
TOMATE 1,00 KG R$  6,87 R$  6,50 5,69%
ARROZ 1,00 KG R$  5,42 R$  5,14 5,45%
FARINHA 1,00 KG R$  7,53 R$  7,22 4,29%
ÓLEO 900 ML R$  8,58 R$  9,09 -5,61%
VALOR DA CESTA R$ 615,22 R$ 538,44 14,26%

FONTE: DIEESE/PA