Cintia Magno
Assim como no caso da Doença de Crohn, na Retocolite Ulcerativa também existe uma inflamação, mas que fica restrita ao intestino grosso. “Ambas as doenças podem cursar com manifestações fora do aparelho digestivo, o que a gente chama de manifestações extraintestinais. É muito importante isso porque muitas vezes esse paciente vai ao reumatologista para investigar dor lombar, dor articular e ele pode ter o gatilho de tudo isso no aparelho digestivo. Então, essas manifestações externas podem ocorrer no olho, na pele, nas articulações, no pulmão, no fígado”, cita a dra. Marta Brenner Machado, gastroenterologista e presidente da Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn.
Diante de uma gama enorme de manifestações, a gastroenterologista reforça o quão importante é o diagnóstico e o tratamento correto desse paciente. Para que se alcance esse diagnóstico é preciso escutar detalhadamente a história do paciente, o que ele sente, desde quando, fazer um bom exame físico e solicitar exames iniciais. “São exames fáceis, como exames de sangue com marcadores inflamatórios. Depois disso passamos para exames mais invasivos, que é a ileocolonoscopia, em que a gente olha a mucosa, faz biópsia, ressonância magnética, tomografia, endoscopia digestiva alta, enfim, existe uma gama de exames para fazer o correto diagnóstico da doença e escolher qual a terapia melhor se adequa ao paciente”.
Tratamento medicamentoso é o mais comum
Dependendo da gravidade da Retocolite Ulcerativa, que pode ser leve, moderada ou grave, se verifica qual é o melhor tratamento. “Na grande maioria das vezes, o tratamento é medicamentoso, nós temos uma grande gama de fármacos e nos últimos anos temos uma terapia chamada terapia biológica, que são potentes anti-inflamatórios porque todos eles a gente quer o objetivo de cicatrizar a mucosa do aparelho digestivo que existe uma inflamação. Então, a gente escolhe os fármacos dependendo de quem é o nosso paciente. Não existe uma receita única”, conta a médica gastroenterologista Marta Brenner Machado.
Em algumas situações, inclusive, pode ser que o paciente necessite de cirurgia, mas é uma minoria. “Hoje nós temos uma alta incidência, prevalência em todo o globo mundial, em todas as regiões. Como um boom da doença inflamatória intestinal nos últimos 15 anos, aproximadamente. Uma doença de manifestação global”.