O silêncio de Damares após 'denúncia bombástica' (Repórter Diário - 20/11)

Por Gerson Nogueira e Carol Menezes

“Explodiu o número de estupros de recém-nascidos”. A frase, da ex-ministra Damares Alves, proferida durante culto evangélico em Goiânia, a duas semanas do primeiro turno da eleição, ecoou Brasil afora de maneira bombástica. Damares afirmou que tinha imagens de crianças com oito dias de vida sendo vítimas de violência sexual, acrescentando detalhes sobre supostas práticas sexuais envolvendo crianças. Vencida a última prorrogação concedida para que a senadora eleita pelo DF apresentasse provas, ela simplesmente silenciou, atitude que confirma a suspeita de que as denúncias não passavam de fake news.

RESPOSTA

Em outubro, a Polícia Civil e o Ministério Público Federal do Pará, por meio da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, solicitaram que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) informasse todos os casos de denúncias recebidas, envolvendo tráfico de crianças e estupro de vulneráveis. Em sintonia com a própria Damares, que alegou ter dito coisas que “ouviu falar” nas ruas para desdizer o que havia dito, o MMFDH declarou não ser possível passar as informações porque “os dados solicitados são de natureza sensível”.

BIZARRICE

O Natal cinzento, promovido pela maioria dos shopping centers de Belém, é uma invenção assumidamente paraense. Pesquisas e consultas feitas em centros de consumo do Nordeste e do Sudeste mostram que a decisão inusitada de barrar o vermelho tradicional da época – inclusive das vestes do Papai Noel – foi ideia de lojistas paraenses, aparentemente preocupados com a associação da festa do Menino Jesus às cores do PT. A partir desse exemplo, a próxima birutice deve ser trocar as bandeirinhas de açaí na porta das vendas nos bairros da capital paraense.

MUSEU

A troca de direção no Museu Paraense Emílio Goeldi, formalizada repentinamente na sexta-feira (18), começa a ganhar contornos mais claros. Na prática, o processo e a consulta interna se confundiram com o período mais agitado da campanha eleitoral, o que ajudou a ocultar a troca de comando. O diretor nomeado, Antônio Carlos Lobo Soares, ficou em 4º lugar na consulta. Não se sabe até agora quem compunha a lista tríplice. Por outro lado, o escolhido, aparentemente pela lealdade às causas bolsonaristas, é museólogo, com 40 anos de trabalho no próprio Goeldi.

LICITAÇÃO

Elaborado pela Coordenadoria Geral de Licitações da Prefeitura de Belém, o edital de licitação para concessão do transporte público na capital prevê a execução dos serviços por seis anos, com possibilidade de prorrogação, em regime de exclusividade, e de participação de consórcio de empresas. O critério de escolha será o da menor tarifa. Como novidade, o edital prevê um sistema de informações aos usuários, que poderão acompanhar o itinerário do veículo. Além disso, nos primeiros dois anos, um quinto da frota deverá possuir ar-condicionado.