O sonho de concluir o ensino superior foi realizado com sucesso por Zamália Freitas, de 23 anos. Internada há 45 dias no Hospital Regional Abelardo Santos (HRAS), no distrito de Icoaraci, em Belém, a estudante do curso de Saúde Coletiva, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), apresentou o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de forma online, na manhã desta segunda-feira (14).
Portadora de uma síndrome que afeta a veia renal, chamada de ‘Síndrome de Quebra-Nozes’, a jovem está em pré-operatório de duas cirurgias e, por isso, deve permanecer na unidade hospitalar sob os cuidados médicos.
“Desde quando descobri essa doença, em abril deste ano, conciliar os estudos com a internação vem sendo um desafio. Mas em nenhum momento pensei em desistir. Pelo contrário. Estar aqui dentro me ajudou, inclusive, na elaboração do trabalho, pois pude acompanhar a rotina dos profissionais de saúde e ver o quanto são importantes para gente, já que meu curso também é sobre saúde”, argumentou Zamália.
Assim que soube que a paciente iria apresentar o trabalho, a enfermeira Juliana Mesquita, organizou uma estrutura para que Zamália apresentasse o trabalho da melhor forma e com todo o amparo da unidade. “Busquei um espaço tranquilo, com boa conexão de internet e tudo mais que ela fosse precisar. Estou muito feliz que deu certo e que ela tirou uma nota excelente”, disse a profissional.
Síndrome
De acordo com Paulo Henrique Ataíde, médico e diretor técnico do HRAS, a Síndrome de Nutcraker, também conhecida como Síndrome de Quebra-Nozes, exige cuidados criteriosos e acompanhamento médico constante.
“A síndrome consiste na compressão da veia renal e esquerda, entre a aorta abdominal e artéria mesentérica superior. Leva o nome de ‘quebra-nozes’ pois a compressão da veia ocorre como um quebrador de nozes”, explica o profissional.
Especialidade
Zemália deve passar, nos próximos dias, por dois procedimentos cirúrgicos nas especialidades de nefrologia e vascular. Durante esse período de internação, o diretor Executivo do Abelardo Santos, Marcos Silveira, explica que para as equipes médicas e assistenciais, dar o auxílio à realização deste sonho, é uma satisfação.
“A hospitalização é um período desafiador, sobretudo, para uma jovem que está finalizando um curso, uma formação acadêmica. E por isso, nosso time fez todo o possível para que este sonho não fosse adiado, mesmo diante das circunstâncias de uma internação. Resultado disso, foi que Zemália foi aprovada, e uma aprovação com louvor. Parabéns aos pais, familiares e à nossa paciente que tanto se dedicou”, parabenizou o gestor.
O HRAS é uma unidade pública, administrada pelo Instituto Mais Saúde em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
Fonte: Agência Pará