Nildo Lima
Rodado no futebol paraense, com mais de 30 equipes em seu currículo como treinador, o carioca Samuel Cândido, de 61 anos, prevê uma briga acirrada entre São Francisco e Cametá em busca do título da Série B do Campeonato Paraense. A primeira partida da final de 180 minutos acontece no próximo domingo, às 9h30, no estádio Francisco Vasques, em Belém. O jogo de volta será no sábado, 19, às 15h, no Parque do Bacurau, em Cametá. “O Cametá colocou uma mão na taça e nós a outra”, diz Cândido, sinalizando com o equilíbrio entre as equipes na luta pela conquista do campeonato, que colocou os times na Série A local de 2023.
O técnico do Leão Santareno conta que teve de atuar não só dentro das quatro linhas, mas fora de campo com muita conversa com seus jogadores. “Sempre falei a eles que tendo uma boa preparação a gente poderia chegar e chegamos”, revela Cândido, que não se dá por satisfeito, pretendendo ampliar o seu vitorioso currículo em se tratando da Segunda Divisão do futebol local. “O nosso objetivo, óbvio, é chegar ao título, mas do outro lado temos um adversário que precisa ser respeitado”, salienta.
Cândido, que chegou a Belém em 1982, vindo do Fluminense-RJ para defender o Paysandu, como atleta, conta com três títulos da Série B do Paraense, feitos obtidos quando o campeonato ainda não contava com a nova denominação. Em 2003, ele levou o Castanhal à elite do Estadual, repetindo o feito nos anos de 2009 e 2010, quando esteve à frente do Independente, de Tucuruí, e Parauapebas, da cidade do mesmo nome, respectivamente. Calejado, portanto, na disputa da Segunda Divisão local, Cândido ratifica a sua previsão de uma decisão acirrada entre Leão e Mapará.
“Não será fácil”, resume o treinador, que pode levar o São Francisco ao segundo título do campeonato, visto que em 1997 a equipe santarena levantou o “caneco” do campeonato. Para a partida de domingo, o técnico, em princípio, não deve mexer na base da equipe azulina que vem jogando. E, aparentemente, não há razão para tal, afinal de contas, o São Francisco teve 100% de aproveitamento em seus últimos quatro jogos, derrotando as equipes da Esmac, pelas quartas de final (2 a 1 e 3 a 1) e Capitão Poço, pela semifinal (1 a 0 e 2 a 0).
CAMETAENSE QUER LEVAR A VANTAGEM PARA O PARQUE DO BACURAU
No Cametá, o técnico Rodrigo Reis, de 36 anos, não abre mão de levantar o título da Série B. Para ele, a conquista seria uma espécie de “cereja do bolo” para a campanha do time na competição. “Precisamos deixar o nome gravado na história do Cametá, assim como o pessoal de 2012. Queremos poder fazer parte desse seleto grupo de campeões. Vamos em busca do título, sabendo que o Samuel Cândido (técnico do São Francisco) é um cara muito experiente”, diz o treinador, se referindo ao título da Primeira Divisão conquistado pelo Mapará, em 2012.
Reis, que dirige o Cametá pela segunda vez, a primeira foi em 2019, espera vir a Belém para arrancar um resultado que deixe seu time em condições confortáveis para o jogo de volta em casa. “Esperamos poder imprimir um ritmo, ter um bom desempenho em Belém e trazer o jogo para o Parque do Bacurau, onde nós somos muito fortes”, revela o treinador, que também teve passagem pelo Castanhal. Reis conta que a arrancada de sua equipe no campeonato começou ainda na fase inicial do campeonato.
“Nosso grupo se fechou, se uniu e com a ajuda da torcida foi galgando jogo a jogo. Conseguimos dar uma goleada no final da primeira fase e ali nós começamos a ganhar corpo”, diz. “O sentimento de dever cumprido é muito grande, pois foi um trabalho árduo, que nos exigiu muitas horas, muitas noites sem dormir assistindo a jogos dos adversários, mas conseguimos dar um presente para o torcedor. É um sentimento que eu estou de alma lavada”, afirma o treinador.