“Se eu presenciar ou ficar sabendo sobre algo errado, aprendi que devo denunciar a um adulto de confiança. Gostei muito de participar dos encontros. Da forma com que os policiais contam as histórias pra gente fica fácil de aprender e eu ensino tudo lá em casa. O programa me deu um novo significado para saber agir e encontrar soluções para determinadas situações”, conta o aluno do 5º ano, W. K., 10 anos, da Escola Estadual Vereador Manuel Matos Costa, em Icoaraci, que é umas das mais de 170 escolas do estado a receberem, atualmente, o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), desenvolvido pela Polícia Militar do Estado do Pará.
O Proerd já formou mais de 50 mil alunos de 2019 até o momento. Atualmente, a PMPA atua com o programa em 23 municípios paraenses. São 70 escolas de Belém e Região Metropolitana e 101 escolas do interior do estado participando das atividades. Cerca de 70 instrutores do programa estão em atividade, com o intuito de fortalecer a prevenção contra drogas e violência junto a estudantes do 5º e 7º ano da Educação Básica.
O titular da Diretoria de Polícia Comunitária e Direitos Humanos (DPCDH) da PMPA, coronel Elson Brito, assegura que o Proerd é um instrumento eficaz de aproximação da corporação com a comunidade escolar e moradores da área.
“Com a proposta de ensinamento lúdico, a aproximação da instituição com esse espaço social que é a escola cria laços afetivos durante os encontros, o que é muito importante. Às vezes, a criança que participa do programa identifica casos de violência doméstica, sexual, drogas e faz denúncias ali porque vê na figura do policial militar uma pessoa de confiança. Uma criança bem orientada pode ser multiplicadora desse conhecimento, o que certamente ajuda na diminuição da violência e da criminalidade”, ressalta o diretor.
Os alunos participam de um curso com 10 horas de duração, no qual os policiais, qualificados especificamente para a instrução no programa, abordam temas diversos envolvendo os malefícios das drogas e de atitudes violentas.
No final dos encontros, os alunos escrevem uma redação para registrar tudo o que aprenderam com o programa. Para a abertura de uma turma, o Proerd leva em conta os índices de ocorrências de infrações envolvendo uso de drogas e ações violentas.
A cabo Mirlene Moraes é instrutora do Proerd há quase 1 ano e destaca a importância desse trabalho, especialmente, no período de transição da infância para a adolescência.
“Atuar com a prevenção de crianças nessa faixa etária, que estão entrando na adolescência, é necessário porque conseguimos alertar sobre as ‘amizades’, que são geralmente como as drogas chegam até eles. Mostramos os efeitos da bebida, do cigarro, destacamos como podem resistir, dizer ‘não’ e se afastar da situação. O bullying também é tratado, especialmente, porque é frequente no ambiente escolar”, explica a cabo.
A diretora da Escola Vereador Manuel Matos Costa, Vanderluce Meirelles, conta que o Proerd está na unidade há mais de 5 anos.
“Nossas crianças vivem em uma área de risco, por isso, é muito importante alertá-los desde pequenos para que tenham consciência do quanto as drogas são prejudiciais e ensiná-los a identificar diferentes tipos de violências. Essas aulas contribuem para a formação dessas crianças. Eles adoram as atividades e são agentes multiplicadores, levam as informações para os pais, irmãos, familiares, amiguinhos e comunidade em geral. São fruto do programa”, diz.