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Enem: dicas para cuidar do emocional e arrebentar nas provas

Instituto oficializou o cronograma e as regras do exame. Inscrições serão em junho e provas, em novembro
Instituto oficializou o cronograma e as regras do exame. Inscrições serão em junho e provas, em novembro

Trayce Melo

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022 acontece nos dias 13 e 20 de novembro. Ao todo, 3.396.632 pessoas estão inscritas, considerando as duas versões do exame (impressa e digital), segundo o ministro da Educação, Victor Godoy Veiga. Dessas, 3.331.566 farão a prova em papel, e 65.066, em computador.

As provas que compõem o Enem cobram dos estudantes os conteúdos que são abordados ao longo do ensino médio. São 180 questões que devem ser respondidas em dez horas de exame, exigindo o máximo conhecimento e resistência do estudante.

O momento esperado pode deixar muitos estudantes ansiosos e com receio de não conseguirem uma boa pontuação ou não ingressarem no curso e na faculdade que tanto desejam. O ideal é que os inscritos busquem maneiras de diminuir a tensão para não se prejudicarem na avaliação.

Para evitar que a pressão se torne inimiga antes do exame, a psicóloga e professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), Niamey Grahen, explicou que esses dias que antecedem o Exame Nacional do Ensino Médio devem ser de revisão do conteúdo e não de estudos aprofundados.

“Um estudo aprofundado, neste momento, pode trazer mais ansiedade. Nesse momento de reta final, o aluno já aprendeu tudo que tinha que aprender durante o ano, não adianta pegar conteúdos do zero. Fazer lembretes em lugares visíveis em casa ou no quarto é uma boa maneira de fixar o conteúdo”, recomenda.

Niamey Grahen explica como cuidar do psicológico antes da prova. Foto: Ricardo Amanajás

ESTRATÉGIA

Distrair-se também é uma boa estratégia, logo Niamey orienta aos estudantes que façam atividades de lazer. “Primeiro precisa existir um equilíbrio entre estudo, alimentação, descanso, revisão e lazer. Esse é o momento de fazer isso, porque está na reta final, como ir ao cinema, passear com os amigos, praticar atividades físicas, meditação ou andar de bicicleta”.

A psicóloga destaca que a ansiedade interfere diretamente no desempenho do aluno na prova. “A própria pressão é feita na sociedade, como se essa prova fosse um divisor de águas de quem está dentro ou fora de uma universidade. Caso o aluno não passe, muitas vezes ele se sente fracassado, sem reconhecimento social. Também tem a questão dos cursos que são mais enaltecidos que outros e a colocação no vestibular. O adolescente acaba absorvendo tudo isso de uma forma negativa. Tive pacientes inteligentíssimos que tentaram vestibular vários anos seguidos e não conseguiam passar em seus respectivos cursos. A tensão na hora da prova faziam com que criassem um bloqueio emocional que prejudicava o seu cognitivo”, afirma.

“Trabalhar o seu lado emocional é muito importante no processo de preparação para o Enem, como autocontrole, o otimismo e a respiração na hora do branco em algum assunto. Quem se dedicou e empenhou deve sempre lembrar disso, que você está preparado para a prova e só precisa ter confiança em si mesmo”, pontua.

FAMÍLIA

Ela também analisa que a família precisa ser uma rede de apoio a esses jovens. “A família muitas vezes acaba pressionando demais esses jovens, fazendo com que se sintam na obrigação de atingir aquela expectativa. A família precisa ajudar dando apoio nesse momento e diminuindo esse peso. Toda essa pressão pode acarretar problemas muito graves, como angústia, transtorno de ansiedade generalizada e depressão”, destaca.

Dessa forma, a especialista comenta que não há uma forma única de reduzir os efeitos da ansiedade, pois cada indivíduo possui necessidades específicas. “É preciso que o estudante compreenda como está lidando com essa ansiedade, os principais sinais de um quadro ansioso compreendem angústia, medo, inquietação, dificuldade para se concentrar, dormir, antecipar experiências futuras ou se ater ao passado. Entre os sintomas da ansiedade estão falta de ar, taquicardia, excesso de suor, tremores nas mãos e respiração ofegante”, aponta.

TECNOLOGIA

A tecnologia, apesar de trazer inúmeros benefícios, acaba dificultando algumas tarefas importantes no nosso cotidiano. As distrações digitais são cada vez maiores e mais presentes. “Enquanto antes tínhamos só os e-mails, agora temos as notificações de aplicativos também, mais instantâneas ainda. Para quem precisa estudar, fica ainda mais complicado. A concentração é treino, tirar barreiras que distraiam é muito importante para ter um bom desempenho, não deixe o distrator perto de você, tire um tempo certo para mexer no celular, não prejudicando o horário de estudo. Também não existe o lugar ideal para estudar, mas sempre optar por um lugar que você se sinta confortável e consiga se concentrar. Alguém que não tem uma rotina planejada, tende a sentir mais. Faltando poucos dias para a prova, o melhor é desacelerar, no sentido de não cansar para o seu cérebro estar bem na hora do grande exame nacional. Não adianta fazer a prova cansado, respeitar seu limite físico e mental é crucial para a memória ser ativada”, conclui a psicóloga Niamey Grahen.