Grande Belém

Ato golpista encarece produtos nas feiras de Belém

Belém tem o segundo maior preço da banana entre os valores praticados no Norte e Nordeste. Foto: Alberto Bitar/Diário do Pará
Belém tem o segundo maior preço da banana entre os valores praticados no Norte e Nordeste. Foto: Alberto Bitar/Diário do Pará

Trayce Melo

Belém continua a sofrer com os reflexos do bloqueio ilegal das rodovias, realizado por caminhoneiros bolsonaristas em todo o Brasil. Ontem (4), feirantes relataram problemas de desabastecimento durante a semana.

Na Feira da 25, a comerciante Marcilene Tavares, 50 anos, contou que um caminhão de frutas atrasou por conta dos bloqueios e, quando ela pediu uma nova remessa, o produto havia sido reajustado.

“Era pra ele chegar quarta-feira à noite. Mas como estavam com medo das paralisações, deixaram para carregar [o veículo] na quarta e chegou ontem [quinta] à noite. Acabou impactando nas minhas vendas, já que o meu box é de frutas, verduras e hortaliças, preciso ter sempre mercadoria. Os produtos ficaram mais caros também essa semana”, relata.

Feirantes sentiram os efeitos dos protestos durante a semana. Foto: Alberto Bitar/Diário do Pará

Já no Mercado Municipal da Pedreira, o feirante Maury Santos, 48 anos, disse que foi muito prejudicado com os bloqueios. “Faltou mercadoria na Ceasa e o que chegou era superfaturado. As mercadorias estão chegando atrasadas e algumas passaram do ponto. Fui hoje [ontem] à Ceasa fazer a reposição de algumas frutas e elas tiveram um aumento de quase 50% em cima do valor normal. Por exemplo, a caixa de uvas custava R$ 130,00 e essa semana foi para R$200,00 pela falta do produto e a grande procura”, reclama.

 

SUPERMERCADOS

O presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Jorge Portugal, explica que a paralisação de parte das rodovias em todo o território nacional está impactando no escoamento de frutas, verduras e hortaliças ao longo do país. “A maior parte das nossas mercadorias vem da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).

Por conta disso, estamos enfrentando um problema com a logística desses alimentos. Com as paralisações, as mercadorias estão demorando em torno de três dias para chegar aqui no Estado. Até o momento não tivemos prejuízos, só alguns problemas com os atrasos. Os preços também deram uma subida, mas com a maior parte das rodovias sendo desbloqueadas as mercadorias começaram a chegar. Acreditamos que na próxima semana tudo volte ao normal”, relata.

No caso dos supermercados, a situação é tranquila. Com um grande estoque, não há previsão de falta de produtos neste momento. Em um supermercado na avenida José Bonifácio, por exemplo o movimento seguia normal ontem.

 

COM A PALAVRA, OS CONSUMIDORES

Marcos Freitas, 44 anos, administrador e advogado, por exemplo, não sentiu falta de nenhum item na hora de fazer as compras.

“Estou conseguindo fazer minhas compras aqui no supermercado, só houve aumento dos valores, que são bem significativos. Algumas coisas baixaram um pouco de preço, mas ainda continuam caras”, contou.

“Eu geralmente vou na Feira do Guamá, mas essa semana resolvi ir ao supermercado. Está dando para fazer as compras, não senti falta de nada”, disse Derlucia Simões, 61 anos, servidora pública.