Os protestos de grupos bolsonaristas em rodovias podem prejudicar o fornecimento de oxigênio para hospitais e colocaram em risco a produção de vacinas contra gripe. A Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) informou na manhã desta terça-feira (1º) que as manifestações estão colocando em risco o transporte de oxigênio líquido medicinal, destinado a clínicas e hospitais e fundamental para a preservação da vida de pacientes com crise respiratória ou em estado crítico em UTIs e CTIs.
“Faz-se necessária a urgente liberação da circulação sem bloqueios no país para que tanto o oxigênio quanto os demais produtos essenciais à vida do brasileiro sigam chegando ao seu destino”, cobra a associação.
Também pela manhã, o Instituto Butantan teve de pedir ajuda à SSP (Secretaria de Segurança Pública) para evitar prejuízos.
De acordo com a entidade, uma carga de 520 mil ovos usados para produção de vacinas contra H3N2 ficou bloqueada nas proximidades de Jundiaí (SP) e, se não chegasse ao laboratório na capital até o fim manhã, a fabricação de 1,5 milhão de doses poderia ser comprometida.
Pouco antes do meio-dia, o instituto comunicou que o caminhão havia sido liberado com auxílio da SSP e que, após seis horas de atraso, estava chegando ao prédio na avenida Vital Brasil, no Butantan, na zona oeste de SP.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, não há registro de que as manifestações estejam afetando o transporte de pacientes transferidos de município via CROSS (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde).
Nesta manhã, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes decidiu que as polícias militares podem atuar na desobstrução das rodovias bloqueadas “independentemente do lugar em que ocorram”, inclusive em rodovias federais.
“As polícias militares dos estados possuem plenas atribuições constitucionais e legais para atuar em face desses ilícitos, independentemente do lugar em que ocorram, seja em espaços públicos e rodovias federais, estaduais ou municipais”, diz o ministro na decisão.
Após a decisão, as polícias militares dos estados começaram a atuar na desobstrução das vias, mas ainda há bloqueios.