O Núcleo de Comunicação Social da Polícia Rodoviária do Pará (PRF) atualizou às 19h desta segunda-feira, 31, que há 23 pontos em seis rodovias federais do Pará interditados por caminhoneiros em protesto contra a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno disputado ontem.
Os protestos se concentram na BR-010, nas cidades de Dom Eliseu, Ulianópolis e Paragominas; na BR-163, entre Novo Progresso, distrito de Moraes de Almeida, Santarém e Vila Caracol (em Itaituba), e na BR-230, entre as cidades de Pacajá, Uruará e Placas. Há ainda dois pontos em Castanhal, na BR-316, nos quilômetros 54 e 68.
A PRF acionou a AGU (Advocacia-Geral da União) para tentar medida judicial que impeça a ocupação de estradas federais, como está ocorrendo desde a madrugada desta segunda-feira (31). Criticada pela atuação em meio aos bloqueios de estradas, a PRF defende em nota que desde o início dos bloqueios “adotou todas as providências para o retorno da normalidade dos fluxos”, direcionando equipes para os locais e iniciando negociações.
Mas disse que tenta usar o diálogo para garantir, “além do trânsito livre e seguro, o direito de manifestação dos cidadãos”. Com o recurso à Justiça, a PRF quer uma medida que impeça os manifestantes de interromperem o fluxo de veículos.
Segundo a PRF, há bloqueios totais ou parciais em estradas de ao menos 11 estados brasileiros. A rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, está totalmente fechada na altura de Barra Mansa (RJ).
Os bloqueios são feitos por militantes bolsonaristas, em protesto contra o resultado das eleições, e não têm apoio de lideranças dos caminhoneiros autônomos, como a Abrava (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores). Por outro lado, são inflamados por influenciadores bolsonaristas, como a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
A PRF diz que acionou a AGU em todos os estados onde há bloqueios para obter liminar para “garantir pacificamente a manutenção da fluidez nas rodovias federais brasileiras”.
“A PRF encontra-se em todos os locais identificados com efetivo mobilizado nos pontos de bloqueio e permanece trabalhando por fluxo livre nas rodovias federais, viabilizando-se o escoamento da produção, assim como o direito de ir e vir dos cidadãos”, diz a nota.
A paralisação ocorre um dia depois que a PRF se tornou alvo de críticas por promover operações de fiscalização de transporte coletivo, ação que foi vista pela campanha petista como estratégia para atrasar eleitores do candidato eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No texto distribuído nesta segunda, a PRF afirma que é uma “instituição permanente de Estado”, que “sempre trabalhou com o compromisso de garantir a mobilidade eficiente, a preservação da ordem pública, a segurança viária e o combate ao crime nas rodovias federais brasileiras.
VEJA OS TRECHOS INTERDITADOS NO PARÁ
- BR-316:
km 54, Castanhal
km 68, Castanhal
- BR-155:
km 5, Redenção
km 150, São Geraldo do Araguaia
km 342, Marabá
- BR-010:
km 0, Dom Eliseu
km 14, Dom Eliseu
km 80, Ulianópolis
km 166, Paragominas
km 354, Santa Maria do Pará
- BR-163:
km 310, Novo Progresso
km 407, Itaituba
km 414, Moraes de Almeida
km 986, Santarém
km 575, Vila Caracol (Distrito de Itaituba)
- BR-230:
km 3, Altamira
km 111, Marabá
km 318, Novo Repartimento
km 412, Pacajá
km 490, Anapu
km 820, Uruará
km 870, Placas
- BR-422:
km 63, Tucuruí
Total de pontos monitorados: 23 locais.
Fonte: PRF e Folhapress.