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Artistas e instituições prestam homenagens a Marina Monarcha

Foto: Reprodução Instagram
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Morreu nesta quarta-feira, 26, aos 89 anos, em São Paulo, a cantora paraense Marina Monarcha Gaspar, um dos grandes nomes do canto lírico nacional. Formadora de mais de uma geração de cantores e professores de canto no Pará e no Brasil, Marina atuou nos principais teatros brasileiros, onde apresentou-se regularmente em óperas e concertos, além de ter atuado em programas da rádio MEC e ter feito várias gravações. Foi professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde conclui seu mestrado. Era integrante da Academia Paraense de Música, ocupando a cadeira 32.

De acordo com nota da Fundação Carlos Gomes, onde Marina formou-se em canto e piano, a musicista faleceu às 12h45 de quarta. Desde 2017, quando sofreu um AVC (acidente vascular cerebral), Marina vinha convivendo com problemas que foram debilitando sua saúde. Ainda em 2017, um pouco antes disso, ela esteve em Belém pela última vez, para uma homenagem durante a primeira edição do concurso nacional de canto que leva seu nome, realizado pelo Governo do Pará/Fundação Carlos Gomes. A causa da morte, segundo pessoas próximas à família, foi um câncer de pulmão.

”Hoje, na cultura paraense, ecoa um canto de luto, de pesar, pela partida da talentosa cantora paraense Marina Monarcha, expoente da arte lírica. Lamentamos profundamente e prestamos nossa solidariedade aos familiares e amigos. Monarcha seguirá imortalizada e gigante, pois sua voz, sua contribuição à cultura seguem latentes, por meio de sua discografia e no seu trabalho, principalmente como professora de canto, que inspira e ajudou a formar diversas gerações de cantores líricos”, destacou o Secretário de Estado de Cultura, Bruno Chagas.

A professora e pianista Glória Caputo, presidente da Fundação Carlos Gomes, falou da tristeza com que recebeu a notícia. “É uma grande perda. Vai deixar muitas saudades entre a legião de alunos e de amigos que conquistou. Eu a acompanhei cantando várias vezes, era encantadora, uma grande artista, uma grande professora e uma voz muito bonita. Lamento, mas tenho certeza que hoje ela está cantando com os anjos”.

Professora que amava ensinar 

Um desses alunos foi a cantora Eugênia Pinon, hoje professora e diretora técnica da FCG. “Ela era uma professora fantástica, sabia muito de estilo. Ela, com mais de 70 anos, participou de uma gravação com o Arthur Moreira Lima, cantando ‘Essa Negra Fulô’, do Waldemar Henrique, que para mim vai ser sempre a melhor interpretação dessa música. E era uma pessoa maravilhosa, sempre ‘adotou’ os alunos”.

Em outubro do ano passado, no Dia dos Professores, a filha Carmem Monarcha, também cantora lírica de expressão internacional, postou um registro com a mãe: “Não poderia deixar de prestar uma homenagem a todas as pessoas que escolheram se doar para o aprimoramento, para o estudo, para a lapidação do conhecimento. Minha mãe foi uma professora de canto desse tipo… colocava os alunos embaixo de suas asas e não sossegava enquanto não desse a eles todas as ferramentas para que conseguissem posteriormente voar sozinhos! (…) Aprendi a enxergar o outro com ela.”

A Prefeitura de Belém e a Universidade Federal do Pará também se manifestaram lamentando a morte e destacando a importância de Marina para a cultura paraense. Segundo a Prefeitura Municipal de Belém, Marina Monarcha é “considerada uma das maiores cantoras líricas do país, uma verdadeira diva da música erudita”.

Marina foi uma das fundadoras da Escola de Música da Universidade Federal do Pará, trajetória lembrada pela UFPA. “Marina Monarcha foi docente da Escola de Música da Universidade Federal do Pará, onde iniciou o ensino de canto lírico e formou várias gerações de cantoras(es) e docentes de música. Também lecionou no Conservatório Carlos Gomes e foi responsável por importantes iniciativas de promoção do canto lírico no Pará. Seu legado permanecerá uma inspiração valiosa para todas as pessoas que se dedicam ao canto”.