Pará

Oito ararajubas são soltas no Parque do Utinga

A espécie mede cerca de 35 cm de comprimento e apresenta as cores da bandeira do Brasil. Foto: Bruno Cecim/Ag. Pará
A espécie mede cerca de 35 cm de comprimento e apresenta as cores da bandeira do Brasil. Foto: Bruno Cecim/Ag. Pará

O céu da Região Metropolitana de Belém (RMB) ganhou outra cor com a soltura de mais oito ararajubas no Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna”, em Belém, na manhã desta terça-feira (25). A iniciativa de conservação e proteção da espécie faz parte do projeto de Reintrodução e Monitoramento das Ararajubas em Unidades de Conservação (UCs) da RMB, realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio) em parceria com a Fundação Lymington. Ao todo, desde 2019, 46 aves já foram reintroduzidas ao habitat natural. A ação corresponde à quinta soltura de ararajubas do projeto, que está na Etapa II.

“Esse projeto é a ‘menina dos olhos’ dentro dessa Unidade de Conservação porque traz a intenção de reintroduzir uma espécie que é ameaçada de extinção em uma área metropolitana. A cada passo do projeto identificamos a memória biológica e genética das aves. Vê-las apaixonadas pelo açaí, por exemplo, reforça a importância de elas serem reintroduzidas na região, com toda a segurança necessária”, ressalta a presidente do Ideflor-Bio, Karla Bengtson.

Há mais de 60 anos a espécie não era registrada na RMB. Foto: Bruno Cecim/Ag. Pará

A ararajuba é uma espécie endêmica do bioma amazônico ameaçada de extinção e considerada “vulnerável”, segundo a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, elaborada pela União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN), do Ministério de Meio Ambiente e a Resolução Coema n° 54. Há mais de 60 anos a espécie não era registrada na RMB.

O diretor de Gestão da Biodiversidade (DGBio) do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato, frisa que 80% da população nativa das ararajubas está no Pará, que contém a maior quantidade de aves ararajubas da região amazônica, o que torna as aves praticamente endêmicas no estado.

“Após a soltura, as aves são monitoradas visualmente e por rádio transmissor receptor. Identificamos, de outras solturas, que já contamos com, pelo menos, uma ararajuba nascida aqui e está solta. Reintroduzir aves em uma Região Metropolitana envolve muita técnica, ciência, dedicação, organização, planejamento e paciência. Estamos tendo muito sucesso”, conta o diretor. A expectativa é de que a Fundação Lymington envie cerca de 10 aves até o final do ano para dar continuidade ao projeto.

A ararajuba (Guaruba guarouba) pertence à família dos psitacídeos, endêmica do norte do Brasil. A espécie mede cerca de 35 cm de comprimento e apresenta as cores da bandeira do Brasil, com o corpo todo em plumagem amarela e a ponta das asas verde.

Fonte: Agência Pará