Entretenimento

Bairro da Pedreira receberá oficinas culturais

Coletivo Elas na Cultura Foto: Dircélia Moraes/divulgação
Coletivo Elas na Cultura Foto: Dircélia Moraes/divulgação

Pensar a arte como um instrumento de transformação social. É nessa perspectiva que o projeto “Circuito Preamar de Oficinas Culturais – A periferia da Pedreira transbordando a sua arte”, do Coletivo Elas na Cultura, contemplado pelo edital Preamar de Cultura e Arte 2022, da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), vai oferecer oficinas a partir desta segunda-feira, 24, até o dia 11 de novembro, no bairro do samba e do amor. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até hoje, 23, pela internet.

O público poderá escolher entre oficinas de canto popular, teatro popular, percussão e dança afro. São 20 vagas para cada modalidade e o local de realização será a Escola Estadual de Ensino Fundamental Emiliana Sarmento. Com diálogo e respeito com a comunidade, um dos objetivos do projeto é garantir uma relação de reciprocidade entre os educadores (instrutores das oficinas) e educandos (oficineiros). Para Dircélia Moraes, idealizadora do projeto, “a intenção é de que a interação entre os diversos atores envolvidos gere novos conhecimentos, saberes, práticas e ações para o público do bairro da Pedreira”.

FOCO NO POPULAR

A oficina de canto popular terá o carimbó e os ritmos regionais como eixo temático. Nela pretende-se trabalhar: respiração para poder falar e cantar; audição; técnicas de projeção de voz e dicção; a dinâmica da voz (intensidade, duração e timbre); exercícios vocais; e um pequeno repertório para apresentação. O facilitador das aulas, que ocorrerão às segundas, quartas e sábados, das 9h às 11h, será Marcus Vinicius Lopes.

Na percussão, o objetivo é dar iniciação ao batuque no tambor como instrumento percussivo, tendo também o carimbó e outros ritmos regionais como eixo temático. Essa oficina vai abrir duas turmas, sendo a primeira voltada para crianças de 7 a 12 anos, e outra para jovens a partir de 13 anos e adultos. As aulas ocorrem às terças, quintas e sextas, das 9h às 11h, com Douglas Dias.

Em teatro popular, a linha dramatúrgica será inspirada no imaginário amazônico, potencializando e fortalecendo a regionalidade paraense. Para tal, serão utilizados jogos teatrais e não teatrais, técnicas vocais e corporais, improvisações e experimentações cênicas para uma montagem final. As aulas, que ocorrerão às terças, quintas e sábados, das 16h às 18h, serão conduzidas por Keila Sodrach e Wagner Abaporu.

Lo Ojuara dará aulas de dança afro. FOTO: Carmim Oxoró/divulgação

A turma de dança afro terá aulas às segundas, quartas e sextas, das 16h às 18h, com Mailson Soares e Lo Ojuara, que trabalha com esta modalidade há sete anos, de forma contínua, com a juventude da Terra Firme, onde mora. “Eu tenho formação clássica, passei por outras danças como sapateado e dança flamenca; segui para a dança afro quando comecei a me entender com meu corpo e militar no movimento negro, em 2012”, relata.

Afroreligiosa, atualmente, Lo Ojuara faz parte do candomblé de Angola e também assim aprofundou suas pesquisas nas danças sagradas dos orixás. “Eu pretendo focar [na oficina] em dois pontos, o primeiro é a retomada da matriz africana nas danças tradicionais paraenses; vai ter um pouco de carimbó, lundu, retumbão, mas no sentido de retomar essa ligação e influência africana. Outro ponto é fazer um paralelo das danças sagradas dos nossos deuses africanos com as danças atuais, que a molecada gosta de dançar, curte, e muitas vezes não tem consciência que têm ligação íntima e profunda com as danças sagradas dos orixás”, adianta.