Bola

"Neymardependência" já virou coisa do passado na seleção brasileira

Texto: Nildo Lima

Que Neymar continua sendo o “cara” da Seleção Brasileira não existe dúvida. Mas seria o escrete nacional refém da chamada Neymardependência? Para o experiente jornalista Gerson Nogueira tal submissão ainda existe, mas não tão significativa como até algum tempo atrás. “As apresentações do time (canarinho) sem ele já mostraram um jogo bem consistente”, avalia o colunista do DIÁRIO.

Outro que segue a mesma linha de raciocínio é o narrador da Rádio Clube do Pará, Cláudio Guimarães. “Acho que o Neymar ainda é importante (para a Seleção Brasileira) até pela função que ele vem tendo, jogando de trás, sendo o homem que chega ao ataque. Arrumaram uma boa posição para ele”, diz Guimarães. “Mas acredito que não há mais a dependência (do jogador). Tenho a impressão de que o Brasil é capaz de jogar uma Copa sem ele e obter sucesso”, complementa o narrador.

Para o ex-jogador, agora iniciando a carreira de treinador, Rogério Belém a forma de jogo de hoje do selecionado deu um basta na Neymardependência. “A Seleção mudou o seu estilo de jogo, então essa mudança tirou dos ombros do Neymar essa responsabilidade”, confia Belém. “Isso é bom para o Brasil, que conta com vários talentos que podem ser decisivos e que num dia feliz podem acabar com o jogo. São os casos, por exemplo, do Vinícius Júnior, e do Antony e claro que do próprio Neymar, que é um jogador diferenciado e que, sem ter a responsabilidade total que tinha, rende muito mais para a seleção”, diz o ex-jogador.

O técnico Robson Melo é outro que acredita que a tal Neymardependência ficou para trás. “Devido às variações táticas que o Tite vem fazendo, com a ascensão do Vinícius Júnior, do Raphinha, do Rodrigo e do próprio Paquetá, o Brasil tem variado a ideia de jogo e, com isso, colocando um fim a dependência que tinha do Neymar”, analisa o treinador.