Neste mês de outubro, diversas ações de conscientização e prevenção sobre o câncer de mama são destinadas às mulheres, mas os homens também podem ser acometidos pela doença. Médicos observam que muitos homens desconhecem o fato de que eles também possuem tecido mamário, e podem ter câncer nessa região. Os profissionais de saúde destacam que, por ser raro, no sexo masculino, os homens não buscam investigar esse tipo de neoplasia, nem costumam desconfiar de sintomas, o que leva a diagnósticos tardios.
De acordo com o Hospital Ophir Loyola (HOL), referência em oncologia no Pará, o câncer pouco incidente entre homens, tem sido mais frequente entre 45 e 55 anos. A cada 100 casos femininos, um é masculino. A incidência nesse grupo é de 1% de todos os casos de câncer no homem. Em Belém, informa o hospital, 12 homens estão em tratamento contra o câncer de mama no Ophir Loyola.
Conforme observam os médicos, em comparação com as mulheres, os homens vão menos ao médico e não costumam atentar para detalhes que indicam que algo não vai bem com a saúde.
“É importante prestar atenção ao próprio corpo e nas alterações que podem surgir nas mamas. Mesmo atípico, os homens devem ficar atentos a fatores de risco e mudanças no corpo. Os principais sinais de alerta que eles apresentam de suspeita de câncer de mama é o nódulo palpável, além de ínguas nas axilas, eliminação de secreção pelos mamilos e dor”, explicou a mastologista do HOL, Franciane Rocha.
A médica frisa que pacientes com histórico familiar de câncer em parentes de primeiro grau, devem ter atenção, esse é o principal fator de risco para a doença. Algumas mutações germinativas hereditárias, como as mutações genéticas de BRCA (família de genes) também aumentam bastante o risco de câncer de mama masculino.
“Além de fatores de riscos relacionados à história familiar, o estilo de vida também é incidente como tabagismo, etilismo, exposição à radiação ionizante e o sedentarismo. A principal ferramenta na prevenção do câncer de mama masculino são os bons hábitos de vida. Mas devem ser aliados ao acompanhamento médico, mesmo antes de qualquer sinal ou sintoma”, ressaltou Franciane Rocha.
A identificação tardia é responsável pela descoberta da doença em estágio mais avançado, o que faz com que o câncer de mama seja mais agressivo e letal. Para realizar o diagnóstico utiliza-se a mamografia, a ultrassonografia e a biópsia.
“Uma vez estabelecido o diagnóstico da neoplasia maligna, nos casos de tumores volumosos e/ou metástase nos gânglios linfáticos axilares, o mastologista solicita os exames de estadiamento, que visam estabelecer se a doença está localizada somente em uma área ou se já estar espalhada pelo corpo, metástase. Os principais locais são os ossos, pulmões e pleuras, e o fígado”, esclareceu a médica.
O tratamento, em geral, visa a retirada do tumor. “Em uma mama pequena como a masculina, é preferível a retirada do nódulo através de cirurgia, principalmente em casos iniciais. O uso de hormonioterapia, quimioterapia ou radioterapia segue os princípios semelhantes no tratamento das mulheres, dependendo do tamanho do tumor e de suas características”, completou a especialista.
Fonte: Agência Pará