Texto: Aline Rodrigues
A exposição “Olhares da Fé”, alusiva ao Círio de Nazaré, a maior manifestação religiosa e cultural do povo paraense, pode ser visitada hoje, 16, das 10h às 16h, no Terrace da Assembleia Paraense (avenida Presidente Vargas, 762), durante a 42ª edição do Projeto Circular Campina Cidade Velha, que ocorre hoje, entre as 8h e as 20h, nos espaços parceiros do projeto nos bairros da Campina, Cidade Velha, Reduto e Nazaré.
Conheça a rede de parceiros do projeto
A mostra é organizada pelo coletivo Artephotoclube AP e reúne trabalhos dos artistas Guy Veloso, Cláudio Dias, Livia Font, Lorena Fadul, Pedro Victor Nunes, Vitor Souza Lima e Jorane Castro.
“A exposição busca demonstrar, através do talento e sensibilidade dos fotógrafos selecionados, a dimensão e emoção que perpassa por essa festividade tão marcante para o povo paraense”, comenta Thiago Lima, curador da exposição.
São 14 imagens no total e o curta-metragem “Mãos de Outubro”, documentário escrito e dirigido por Vitor Souza Lima, com produção executiva da cineasta Jorane Castro. O documentário partiu da ideia de retratar o Círio de Nazaré através do olhar das mãos das pessoas que, direta ou indiretamente, ajudam a construir essa grande festa.
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“O filme fala através das mãos dessas pessoas. É através desse dispositivo particular que eu tento mostrar a grandiosidade do Círio. Mostrando o mínimo, eu falo o máximo. Ao fundo ouvimos as vozes dessas pessoas que alcançaram graças, trabalhadores das homenagens (estivadores), romeiros da corda, artesãos que fazem imagens de Nossa Senhora. Temos também as mãos dos ‘privilegiados’, aqueles que estão mais próximos da imagem da santa: a Guarda de Nazaré, que faz o cordão de isolamento, os decoradores da berlinda, o diretor da festa (na época, o José Ventura), o padre (pe. Francisco Silva, então reitor da Basílica), o bispo (D. Orani)”, detalha Vitor Souza.
Fotografando o Círio de Nossa Senhora de Nazaré há mais de oito anos, Lorena Fadul relata que é sempre uma experiência única. “Serão três obras que envolvem o Círio, incluindo a berlinda e os promesseiros, momentos distintos e marcantes para mim. E fazer com que as pessoas conheçam um pouco do meu trabalho, expondo minhas fotos, é extremamente gratificante”, celebra.
“A expectativa é que o público possa se conectar com essas imagens e através delas se transportarem para as sensações que o segundo domingo de outubro desperta”, finaliza o curador.
Programação inclui várias outras exposições durante o domingo
Como esperado, outros espaços que participam da programação terão como uma opção aos visitantes diversas exposições. No espaço Valmir Bispo (travessa Padre Prudêncio, 681), de 9h às 17h, tem a exposição “Mosaicos de Belém: Da Pedra do Peixe ao Ver-o-Peso”, com Vânia Bispo. A Kamara Kó Galeria (travessa Frutuoso Guimarães, 611), em parceria com a Estranho Produções, apresenta, das 10h às 17h, a exposição “5 Casas”, do artista visual, cineasta e fotógrafo Bruno Gularte Barreto, do Rio Grande do Sul. Já no Papel da Amazônia e Ateliê do Zoca (rua Dr. Rodrigues dos Santos, 181), de 9h30 às 16h, é possível contemplar a exposição “Belém e o Círio de Nazaré”.
Os espaços que compõem o Sistema Integrado de Museus (SIMM), no centro histórico, também têm várias exposições abertas, das 9h às 13h, para quem for circular neste domingo. A Galeria Fidanza, no Museu de Arte Sacra, está com a exposição “Sagrado Feminino”, que apresenta a devoção de mulheres devotas de Nossa Senhora de Nazaré; o Museu do Círio está com a exposição “O Nobre, o Penhasco e a Virgem de Nazaré”, que conta um pouco da história entre Belém e Portugal, onde tem origem o culto à Nossa Senhora de Nazaré; e no Museu do Estado do Pará, o foco da exposição é a “Adesão do Pará a Independência: Símbolos da Nação”, em alusão ao bicentenário da independência.
