Círio 2022: romeiros iniciam longa caminhada da fé

Pryscila Soares

Romeiros de várias partes do Estado e do Brasil participarão da 43ª Romaria de Nossa Senhora de Nazaré de Castanhal-Belém, que ocorrerá amanhã (5), às vésperas do Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Após dois anos de pandemia, o evento retoma ao seu formato presencial e a organização estima a participação de cerca de mil romeiros. Eles farão um percurso de 79 quilômetros com saída prevista às 7h30 da praça da Igreja Matriz de São José, em Castanhal, no nordeste paraense, finalizando na manhã do dia seguinte na Basílica Santuário de Nazaré, na capital.

Ao longo do trajeto, a imagem peregrina de Nossa Senhora, que será transportada em um carro, receberá homenagens em pelo menos sete paradas, com cânticos, orações do terço e muitos testemunhos de fé compartilhados pelos participantes.

A romaria é organizada há 43 anos pela Associação de Devotos e Romeiros de Nossa Senhora de Nazaré de Castanhal. A concentração está marcada para iniciar às 6h na praça da igreja matriz de São José. Às 6h30 ocorre a troca do manto e a bênção da romaria. Diversos órgãos, incluindo os de segurança pública, darão apoio no trajeto dos romeiros, como a Polícia Rodoviária Federal, que faz a proteção da berlinda de Nossa Senhora até Belém, o Corpo de Bombeiros, que disponibilizará uma ambulância, a Polícia Militar, entre outros.

Durante todo o percurso, os romeiros contam com gestos de solidariedade, recebem água, frutas e alimentação oriundas de doações e, também, adquiridas com os recursos obtidos pelas vendas de camisas confeccionadas pela organização da romaria. “Isso começou há 43 anos e há mais de 30 estou coordenando essa romaria. Os primeiros foram a dona Nadir Magalhães, o Zé Bode e a dona Didi, que já morreram. Eles que iniciaram. Hoje eu sou o mais velho da romaria”, lembrou o professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), José Nazareno Abraçado Henriques, 69.

FÉ

A fé faz parte da vida do coordenador desde quando ele nasceu. Por devoção à Nossa Senhora, o pai decidiu chamá-lo de José Nazareno. Foi por uma promessa que ele começou na caminhada da romaria. “Em 1990 fui eleito diretor da Escola Agrotécnica Federal de Castanhal. Pedi que Nossa Senhora me ajudasse naqueles 4 anos, pois eu ia de Castanhal a Belém caminhando com os alunos. Foi quando eu conheci o Zé Bode caminhando com uma cruz de 20 quilos na cabeça, pela promessa que fez pela saúde do filho e a casa que ele conseguiu”, contou.