Um dos destaques do Paysandu na temporada, o goleiro Thiago Coelho estendeu seu vínculo com o clube até o fim do ano para a disputa da Copa Verde. Mas é um dos nomes dados como certos para renovar para 2023. Além do bom desempenho, o jogador está há quatro anos em Belém – três no Baenão e um na Curuzu – e já tem até família na cidade.
Na entrevista a seguir, ele fala de seu primeiro ano com a camisa bicolor, da relação com a torcida, da frustração pela perda do acesso e do que se pode esperar de 2023.
Você está em sua quarta temporada em Belém e criou vínculos com a cidade, além de ter tido um bom ano pelo Paysandu. Por sua parte, isso facilita para uma renovação?
Sim, com certeza. Por vários aspectos. Quatro anos aqui na cidade, já estou adaptado, não ia sofrer com adaptação e já conheço os campeonatos que o clube participa. Esse foi um ano onde eu pude contribuir muito para o clube, que não vinha conseguindo um titular absoluto nas últimas temporadas. Quando eu vim para o Paysandu, vim com esse objetivo e de conseguir o acesso. Infelizmente não conseguimos subir esse ano e estou com o sentimento que meu dever não foi cumprido totalmente. Então, da minha parte, existe muito interesse em renovar.
Você comentou anteriormente que foi a temporada em que mais jogou. Provavelmente também foi seu melhor ano tecnicamente. Como você avalia, pessoalmente, 2022 no Paysandu?
A minha avaliação é muito positiva. Foi um ano que serviu como divisor de águas na minha carreira, um ano de afirmação, de confirmação que posso ser titular de uma grande equipe. Joguei 25 das 26 partidas da Série C e acredito que mais ajudei do que deixei a desejar, assim como a maioria dos meus companheiros também.
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Márcio Fernandes comentou que, independentemente da permanência dele ou não, o Paysandu sairia na frente na preparação se mantivesse uma base considerável desse elenco. Esse é um pensamento corrente entre vocês atletas?
Tenho a mesma opinião do professor Márcio. Apesar da cobrança ter sido muito grande após não ter subido, acho que nem tudo foi um desastre. Considero que nosso time realmente era muito bom. Muitas pessoas dizem que foi o melhor time do Paysandu nos últimos anos. Obviamente tem que melhorar algumas coisas, mas acho que tem uma base consolidada e que pode ser importante para o ano que vem.
Por outro, o que afetou negativamente o elenco que não conseguiu fazer com que o time fosse objetivo no quadrangular até a desclassificação precoce? Já tem como explicar isso?
Na minha avaliação, o ponto negativo, que nos prejudicou no quadrangular, foi que não conseguimos ser letais, como fomos na primeira fase. Avalio que jogamos melhor que o adversário na maioria das partidas, mas não matamos. E aí a gente sempre foi castigado. Não tem muito o que explicar. Coisas do futebol.
Você e a torcida bicolor criaram uma boa relação, tanto que mesmo após aquele lance em Florianópolis as reclamações foram menores que as palavras de apoio. Passadas mais de duas semanas daquele jogo, você ainda pensa em como aquela bola pegou uma direção tão inusitada para sobrar limpa para o jogador adversário?
Até agora não tem como entender o que aconteceu pra bola mudar tanto de direção. Vi e revi o lance várias vezes. Não sei se foi o vento ou o desnível do gramado. Enfim, só acontece com quem tá lá dentro. Desde que fui contratado, o carinho do torcedor do Paysandu foi muito grande por mim e foi recíproco. Fiz 25 jogos na Série C e tive essa falha. Tenho consciência e sei da minha responsabilidade, sei o quanto esse lance contribuiu para a derrota naquele jogo. Pedi desculpas ao torcedor e a maioria entendeu que foi um erro que realmente não tem explicação. Sei da minha qualidade e não deixei isso me afetar. A cobrança faz parte de quem defende um grande clube como o Paysandu, mas acho que eu pude contribuir muito mais positivamente do que negativamente esse ano.