O cenário visto neste ano em relação à Copa Verde, com vários clubes desistindo da competição por falta de elenco no fim da temporada, ameaça se repetir em 2023. Tudo porque a CBF voltou a tratar a competição com menosprezo, deixando de incluí-la no calendário oficial para a próxima temporada. Não que seja propriamente uma novidade esse tipo de tratamento à CV por parte da entidade.
Desde que a Copa Verde foi criada em 2014, a CBF jamais deu a atenção devida, mantendo o torneio sempre como uma espécie de primo pobre, sem o carimbo oficial que é a inclusão no calendário. Com isso, nos últimos cinco anos, a CV está sempre sob o risco de extinção.
Na edição 2021, por falta de datas, a CBF remanejou a competição para janeiro de 2022. Um desrespeito com os clubes e com suas torcidas, tornando a Copa ainda menos interessante aos olhos de patrocinadores e exibidores – aliás, até hoje, a competição não tem contrato de transmissão pela TV.
O mais grave é que, na reunião que bateu martelo para a realização da Copa de 2022 em outubro/novembro, ficou alinhavado que em 2023 o torneio seria jogado ainda no primeiro semestre. Foi a informação trazida pelo presidente da FPF, Ricardo Gluck Paul, com a explicação de que isso facilitaria a captação de patrocínios.
Justamente por isso o torneio deixou de ser ajustado para janeiro, como em 2022, o que permitiria a presença de todos os times. Remo e Manaus desistiram porque ficaram sem calendário após a Série C e tiveram que desmontar seus elencos.
A única vantagem é que os clubes já sabem que, no ano que vem, a data da Copa Verde será anunciada a partir de outubro – isto se, de fato, ela for mantida. A verdade é que a cada ano fica evidente que a competição está sempre em segundo plano ou mesmo no limbo.
A CBF parece pensar de maneira completamente diversa do que foi discutido na tal reunião de agosto. Na divulgação do calendário, anteontem, avisou que só terá uma definição sobre a Copa Verde a partir de outubro de 2023. Em resumo: vai empurrar com a barriga, mais ou menos como ocorreu neste ano.
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Defesa da honra é motivação do Papão na despedida
Écom força máxima que o PSC vai para a despedida do Brasileiro contra o Vitória, amanhã, buscando alcançar um resultado digno diante de sua torcida. Para quem imaginou que o time entraria mesclado, o técnico Márcio Fernandes praticamente definiu a equipe com os titulares mais utilizados ao longo do campeonato, incluindo Genilson, que volta à zaga. O ataque, por exemplo, terá a formação considerada ideal: Robinho, Danrlei e Marlon.
Sem qualquer chance na disputa, resta ao time fazer uma atuação de alto nível para fechar honrosamente a competição. Não será fácil. O adversário está motivado, apostando na vitória para garantir o acesso à Série B. O time baiano tem incentivo extra para a partida – a diretoria promete uma gratificação em torno de R$ 4 milhões.
Mesmo já garantido como lanterna da chave – pelo terceiro ano consecutivo –, mesmo que conquiste os três pontos, o PSC conta com um triunfo para amenizar o impacto da decepção causada pela campanha errática no quadrangular. De qualquer modo, a torcida que vai à Curuzu espera ver luta e respeito à camisa alviceleste.
O futebol do Pará e as coisas que até Deus duvida
Quando a temporada futebolística chega ao fim, é possível observar que o nível de irresponsabilidade na contratação de jogadores está beirando o patético no futebol do Pará. Relato feito por Cláudio Guimarães, no programa Linha de Passe, da Rádio Clube, expõe bem essa realidade.
Segundo ele, no dia do jogo ABC x PSC pela Série C, em Natal, um comentarista potiguar estranhou a presença do veterano Pipico na lista de atletas relacionados por Márcio Fernandes para o confronto.
“Esse Pipico aí deve ser filho, parente ou mesmo alguém com o mesmo apelido”, comentou no ar. Um repórter esclareceu que era mesmo o velho Pipico, que havia feito sucesso no futebol pernambucano tempos atrás.
“Não pode ser verdade. O Pipico já está aposentado, eu lembro do jogo em que ele anunciou que estava parando com o futebol”, espantou-se o comentarista – e a gente também.
Mangueirão, quase pronto, fica à espera da reinauguração
As obras do estádio Jornalista Edgar Proença estão no final (93% do total), mas ainda há dúvida sobre o jogo da reinauguração. A ideia inicial era que o Mangueirão recebesse o clássico Brasil x Argentina, pelas Eliminatórias, mas os problemas da FPF inviabilizaram o jogo, que foi depois cancelado pela Conmebol. Diante disso, imaginou-se um clássico Re-Pa pela Série C, que obviamente saiu de cena pelo fracasso de ambos no Brasileiro.
A partir de agora, a expectativa fica para a Copa Verde, caso um dos representantes paraenses (PSC e Tuna) chegue à decisão. Ontem, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop) informou, através de nota, sobre o estágio das obras e os planos para a festa de reabertura:
“As obras de reconstrução e ampliação do Novo Mangueirão estão com 93% dos serviços executados, conforme o cronograma previsto. A Sedop avalia qual é a melhor data de reabertura ao público junto ao consórcio executor e a Federação Paraense de Futebol (FPF), uma vez que não houve jogo da Seleção Brasileira e nenhum dos clubes paraenses tiveram sucesso na segunda fase do campeonato da série C. Outro fator determinante é a vistoria dos órgãos de segurança, procedimento que é imprescindível”.