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Daniel ADR lança "Nua (No Ar)"

FOTO: CABROM STUDIOS
FOTO: CABROM STUDIOS

 

Daniel ADR em cena do novo videoclipe FOTO: CABRON STUDIOS

Homens negros têm a afetividade constantemente negligenciada e são submetidos a negar sentimentos e à brutalidade. Mas, em “Nua (No Ar)”, o rapper paraense Daniel ADR quer quebrar esse paradigma. Inspirada em uma sonoridade marcada pelo trap e R&B, a canção chega às plataformas de música nesta sexta-feira, com produção executiva da Psica Gang e distribuição da Warner Music. O videoclipe também está nas redes do artista.

“A canção fala sobre amor, relacionamento e sensibilidade, a partir da perspectiva de um artista preto, do rap, da periferia, que várias vezes foi condicionado a ser uma pessoa que não deve demonstrar sentimentos e fragilidades. Esse single é sobre se despir e se sentir vulnerável, se entregar e sobre isso tudo ser algo normal. É também sobre os tipos de afeto, entre a população preta, indígena e periférica do norte do Brasil”, diz Daniel, diz o compositor e beatmaker de 24 anos.

VIDEOCLIPE TRAZ UNIVERSO INTROSPECTIVO

Com imagens da Cabron Studios, “Nua (No ar)” é o quarto lançado pela parceria entre o selo Psica Gang e a Warner Music Brasil, e traz também Erick Di nos beats. O videoclipe foi selecionado pelo edital Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura do Pará (Semear).

Acompanhe o canal de Daniel ADR

O universo introspectivo de “Nua (No ar)” abre caminho para o lançamento do segundo álbum de Daniel ADR, “Black Christ”, previsto para o primeiro semestre de 2023. “O novo single encerra meu ciclo passado, que vem de algo mais pop, colorido e festivo, e adentra essa nova fase mais intimidade, conceitual e sensível. Isso sem deixar de lado as críticas sociais”, conta o artista, que antes lançou o álbum “PJL”, em 2021.

CAMINHO PARA “BLACK CHRIST”

A nova fase também apresenta o artista em uma nova perspectiva. “O meu próximo álbum, ‘Black Christ’, traz no título essa metáfora com a figura de Jesus Cristo, um ser sagrado para o cristianismo. Isso dentro de uma perspectiva preta, periférica, nortista e afro-indígena, para abordar temas como periferia, classe social e racismo”, explica Daniel, que cresceu entre os bairros do Guamá e Cremação, ouvindo rap e samba, ritmos que marcaram suas vivências.

PRODÍGIO DA CENA RAPPER

Daniel é considerado, na cena do rap paraense, como um prodígio. Começou nas batalhas de rima em São Brás na adolescência, aos 14 anos, e aos 15 foi considerado o melhor MC do Pará pelo Duelo Estadual de MCs, representando o estado na etapa nacional em Belo Horizonte. Já com 10 anos de estrada, tem diversos EPs, singles e videoclipes lançados na internet. Além de música, Daniel também é beatmaker e produtor cultural, atuando como organizador da Batalha de São Braz e em projetos da Psica Produções.