Ontem, a Feira de Agricultura Familiar voltou a ocorrer no Complexo do Vadião, localizado na Universidade Federal do Pará (UFPA). Essa edição contou com produtos agroecológicos, como frutas e hortaliças, geleias, bolos, licores, tucupi, maniçoba, peixes e frutos do mar, além de cosméticos artesanais.
A produção é de pequenos produtores de origem familiar e ribeirinhas dos municípios de Santa Bárbara, Santa Isabel do Pará, Benevides, Mãe do Rio e São João de Pirabas.
Segundo dados do último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2017, o número de estabelecimentos de agricultura familiar reduziu em 9,5% em relação à pesquisa anterior.
O estudo ainda apontou que o segmento perdeu 2,2 milhões em mão de obra trabalhadora. Mesmo assim, o número de pequenos produtores ainda é bastante expressivo no Pará e despontam como os principais responsáveis pela disponibilidade de alimentos nos mercados da capital.
Pensando nisso, a iniciativa do Programa de Extensão “Saberes, Sabores e Vivências: Fortalecimento da Feira de Agricultura Familiar da UFPA” visou proporcionar condições para que esses produtores conseguissem garantir o sustento e na oferta de produtos para os consumidores belenenses, principalmente frequentadores da UFPA e dos bairros Guamá e Terra Firme.
AO VIVO! Assista aqui Dona Onete, Fruto, Gretchen e Croco
“A agricultura familiar é o que coloca a comida na mesa da população. Através da agricultura familiar que é gerado esses alimentos porque a maior parte dos grandes produtores produzem em grande escala, que fica para a exportação. A agricultura familiar é o que sustenta diariamente a população do estado. Em Belém tem 16 produtores cadastrados, só aqui na feira estão doze deles”, relatou Silvana Nascimento, coordenadora Programa de Extensão pelo Proex(Pró-reitoria de Extensão).
Natural de Areia Branca, no município de Santa Isabel do Pará, a agricultora Sandra Corrêa vendia produtos de hortifrúti, como as folhagens jambu, cheiro-verde e couve. A produção é a principal fonte de abastecimento dos supermercados de Belém, Castanhal, Barcarena e Paragominas.
A profissão a segue desde os 14 anos, herdada do pai, que também era agricultor. Hoje, Sandra produz os alimentos pela técnica de cultivo hidropônica, que consiste na plantação sem solo, em que as raízes são mergulhadas em uma solução nutritiva.
Silvio Santos volta às gravações de programa no SBT
Para a produtora, a feira foi uma maneira de estar em contato direto com o consumidor, além de estar próximo ao conhecimento acadêmico. “Hoje eu trouxe alface, cheiro-verde, tomate hidropônicas, mas que já acabou, teve uma boa saída. Aqui a gente vende em um preço bem melhor, que a gente consegue se sustentar, vende direto para o consumidor, faz negócios com os nossos clientes e consegue chegar a outros lugares que a gente não consegue só vendendo lá. Além do financeiro, a gente tem contato com o conhecimento. O pessoal da universidade passou seis meses dentro da nossa área levando assistência técnica e jurídica. É muito bom para a comunidade e cada agricultor, além de estar divulgando nossoproduto”, disse Sandra.
“Aqui a gente vende em um preço bem melhor, que a gente consegue se sustentar, vende direto para o consumidor, faz negócios”. Sandra Corrêa, agricultora