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Golfinhos são encontrados mortos no litoral de SP

Golfinhos são encontrados mortos no litoral de SP

Dois golfinhos foram encontrados mortos em praias do litoral paulista, entre quinta-feira (15) e sábado (17). Ambos eram da espécie boto-cinza (Sotalia guianensis) e encalharam na praia de Martim de Sá, em Caraguatatuba. Uma baleia-jubarte que foi encontrada morta na praia do Félix, em Ubatuba, no sábado, foi enterrada nesta segunda-feira (19).

O primeiro golfinho, um macho juvenil, foi encontrado no dia 15 por uma equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, do qual faz parte o Instituto Argonauta. A princípio os técnicos identificaram marcas no animal demonstrando a possibilidade de interação com apetrecho de pesca (redes).

Após a realização de análises clínicas, os médicos veterinários confirmaram que o animal morreu por afogamento, muito provavelmente ocasionado por interação antrópica –ou seja, interações com humanos.

Na ocorrência de domingo (18), também foram verificados sinais de agressão por objeto cortante, mas só após a necropsia e outras análises será possível concluir o que causou a morte, explica o instituto.

O caso do golfinho morto por afogamento, assim como outros já atendidos pelo Instituto Argonauta, chama a atenção para a pesca incidental ou bycatch, termo em inglês, usado para definir as espécies capturadas nas pescarias, mas que não são alvos. O animal acaba ficando preso na rede e, como golfinhos e tartarugas precisam subir à superfície para respirar, eles acabam morrendo afogados.

Outra questão ambiental também conhecida é a pesca fantasma ou ghost fishing em inglês, quando equipamentos como redes de pesca, linhas, anzóis, arrasto, entre outros apetrechos utilizados na captura de animais marinhos são abandonados, descartados, perdidos ou esquecidos no mar.

ENTERRO DE JUBARTE DUROU TRÊS DIAS

Com o apoio da prefeitura de Ubatuba, equipes do Argonauta finalizaram o processo de enterro da baleia-jubarte encontrada morta no sábado (17), na praia do Félix. Foram necessários três dias de trabalho desde a realização da necropsia. A equipe aguardou condições propícias da maré e a chegada do maquinário (retroescavadeiras e tratores) fornecido pela prefeitura de Ubatuba.

Os profissionais amarraram e prenderam a carcaça para evitar o descolamento e também para impedir que ela encalhasse em outro local, dificultando assim o acesso da retroescavadeira. Segundo os técnicos, a corda que a prendia foi cortada, o que prejudicou o procedimento.

“Com certeza, se a corda não tivesse sido cortada, teríamos finalizado o trabalho em menos tempo, mas felizmente no fim deu tudo certo”, comentou o biólogo Danilo Camba, gerente de operações do Instituto Argonauta.

A baleia encalhou em uma zona entremarés, o que dificultou trabalho das equipes. Devido ao tamanho do animal, cerca de 13 metros de comprimento, foram necessários três tratores para removê-la e enterrá-la. Com o maquinário adequado, foi possível transportar a carcaça até a parte seca e cavar o buraco no limite da vegetação da praia para que ela fosse enterrada.