Pará

Enem dos concursos: paraenses fazem prova com sonho da vida estável

Com o gabarito oficial em mãos, os candidatos puderam verificar seus acertos e, agora, calculam a nota que conquistaram, até o momento
Com o gabarito oficial em mãos, os candidatos puderam verificar seus acertos e, agora, calculam a nota que conquistaram. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

Criado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, o concurso é um novo modelo de seleção de servidores públicos efetivos na Administração Pública Federal. Foi realizada em dois turnos de apenas um dia, abrangendo conhecimentos gerais e específicos da área de atuação pretendida pelo concorrente. O maior concurso do país tem o Pará como um dos estados com o maior número de inscritos, mais de 117 mil pessoas. Ao todo, são mais de 6.640 mil vagas em 21 órgãos federais, com remuneração inicial de até R$22,9 mil.

Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) em Belém. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

Uma das candidatas era a professora Aline Negrão, de 30 anos. Com o sonho de ser concursada, ela se empenhou durante a preparação para o concurso público, o segundo que participa. Isso porque, como é filha de autônomos e docente contratada, sabe da dificuldade de não ter certeza de permanência em um ofício. Por isso, ela vê no Enem dos Concursos a oportunidade de melhorar não só a vida pessoal, mas a realidade da família.

“Eu sou professora por contrato, mas viso um cargo público efetivo, que é meu sonho desde que eu comecei a estudar. É o meu segundo concurso, mas dessa vez vai dar certo. A minha preparação foi bastante puxada porque eu trabalho e concilio o meu tempo com família e filho, então estudava de 4h30 até a hora de trabalhar e depois estudava na volta do trabalho. Eu espero que assim como eu, as outras pessoas que se dedicaram alcancem a aprovação”, deseja Aline.

Concurseiro experiente, Lucivaldo Monteiro, 50 anos, tentava uma vaga de nível médio para auxiliar administrativo. Para isso, ele se preparou com duas horas de estudo em casa durante seis meses, já que a expectativa era que a prova fosse o mais similar possível com as anteriormente realizadas por ele. A possibilidade de mais tempo livre e menos cobrança é o que ele espera se conseguir o cargo público.

Aline Negrão, 30, professora. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

“Já fiz prova para vagas em universidades e eu espero que seja mais ou menos nesse perfil, sendo uma matéria bem extensa, mas uma prova mais rápida. Tô com uma boa expectativa de vaga, me preparo desde fevereiro. Eu amo o que faço, mas estou cansado de muita responsabilidade e longa jornada de trabalho. O que te dá a oportunidade de mais tempo livre e uma função mais tranquila é o trabalho público”, afirmou o técnico em segurança do trabalho.

O adiamento de três meses da data inicial da prova, em maio, por conta das enchentes do Rio Grande do Sul, fez com que Marília Trindade, 39, tivesse mais tempo para estudar e preparar o psicológico para o exame.

Inscrita para uma vaga no administrativo do IBGE, como primeira opção, a professora temporária espera conseguir estabilidade e melhor remuneração com o possível cargo público.

“Esses meses de adiamento eu aproveitei para estudar mais um pouco, me preparar para o dia todo de prova. Estou esperando uma boa colocação para conseguir uma vaga. A gente sabe que ser concursado público dá uma certa estabilidade, então é isso que eu quero. Hoje, trabalho como temporária e não tenho a expectativa de durar nesse emprego. E o concurso público dá uma certeza de estabilidade maior tanto em relação ao salário quanto em relação a duração no cargo de atuação”, disse a candidata.