Belém

Mais 20 ararajubas chegam a Belém para futura reintrodução à natureza

Foto: Vinícius Leal/ Ascom Ideflor-Bio
Foto: Vinícius Leal/ Ascom Ideflor-Bio

Um novo grupo com 20 ararajubas (Guaruba guarouba) chegou à capital paraense nesta sexta-feira (9) para dar continuidade ao projeto que visa reintroduzir a espécie aos céus da Região Metropolitana de Belém. O trabalho é executado pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), em parceria com a Fundação Lymington, a qual enviou os pássaros do seu viveiro localizado em Juquitiba, no interior de São Paulo.

Os animais foram levados para o viveiro de aclimatação, situado no Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna”, em Belém. A partir de agora, técnicos do Instituto e da Fundação começam a introduzir frutas da região amazônica na alimentação dos animais, além de treinamentos de pré-soltura, para que nos próximos meses estejam preparados para a reintrodução no habitat natural.

Vale lembrar que até pouco tempo, as ararajubas eram consideradas por instituições de pesquisa uma ave extinta nos arredores da capital paraense. Com muito trabalho, estudo e dedicação, está sendo possível reverter essa situação. O presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, destacou que em oito anos o projeto já devolveu 58 ararajubas aos céus da Grande Belém.

“Já podemos assegurar que existe uma geração de ararajubas genuinamente paraense. Tudo isso é fruto do esforço coletivo de todos para garantir a continuidade desta espécie no meio ambiente”, enfatizou.

Preparação

A maioria das ararajubas nasceu na Fundação Lymington, no Estado de São Paulo, e ficava em viveiros similares ao encontrado no Parque Estadual do Utinga, já recebendo alimentação adequada para desenvolverem todas as capacidades físicas. O biólogo Marcelo Villarta, conta que lá elas tinham espaço para voar, assim como aqui, tanto é que todas já estão sabendo voar bem.

“Vamos deixá-las de quatro a cinco meses aqui, recebendo alimentação todos os dias, progredindo da alimentação de cativeiro, para alimentação natural. Serão introduzidos elementos culturais da flora amazônica para que elas se acostumem, saibam o que procurar na natureza e depois terão contato indireto com a fauna. Quando as aves estiverem prontas, aí então serão reintroduzidas assim como os grupos anteriores”, detalhou o especialista.

COP 30

Vale destacar que em abril de 2024, o Ideflor-Bio e a Fundação Lymington, celebraram um Termo de Colaboração para dar prosseguimento à 3ª etapa do Projeto de Reintrodução e Monitoramento de Ararajubas na Região Metropolitana de Belém. Com isso, a iniciativa ganha fôlego por mais dois anos e a expectativa é que até o próximo ano, quando Belém sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, outras 50 ararajubas sejam devolvidas aos céus da região.