Entretenimento

Festival de Ópera abre com “La Bohème”; confira a programação

Em sua 22ª edição, evento homenageia Giacomo Puccini no marco do centenário de morte do compositor
Em sua 22ª edição, evento homenageia Giacomo Puccini no marco do centenário de morte do compositor

Foi em 1900 que o Theatro da Paz apresentou pela primeira vez “La Bohème”, de Giacomo Puccini, marcando assim a estreia da obra no Brasil. Hoje, 9, às 20h, o XXII Festival de Ópera do Theatro da Paz homenageia o compositor, abrindo sua programação com essa famosa ópera, conhecida por suas melodias envolventes e drama emocional. A apresentação será em forma de concerto, com a música completa em seus quatro atos.

“‘La Bohème’ foi um dos grandes sucessos do Puccini, uma obra que tem uma grande conexão com o Theatro da Paz, porque a estreia brasileira se deu aqui. Então, é uma ópera muito próxima a nós por causa disso, e tem um dos conteúdos melódicos mais conhecidos do Puccini, são árias e duetos que ficam na cabeça”, falou Miguel Campos Neto, maestro da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, que interpreta a ópera, tendo como solistas os cantores Mar Oliveira (Rodolfo), Débora Faustino (Mimi), Idaías Souto (Marcello), Lys Nardoto (Musetta), Murilo Neves (Colline), Fellipe Oliveira (Schaunard), Ytanaã Figueiredo (Benoît e Alcindoro) e Gabriel Frota (Parpignol).

Giacomo Puccini foi um dos mais importantes compositores de ópera da história, sendo um expoente significativo da escola do verismo. Começou a sua carreira compondo óperas que inicialmente não tiveram grande sucesso, mas a partir de sua terceira ópera, “Manon Lescaut”, alcançou reconhecimento e aclamação.

“Depois do seu falecimento, uma grande prova do sucesso do Puccini é como ele continua sendo tocado, obviamente nos teatros de óperas, mas mais que isso, em artes como cinema, que estava muito incipiente na época dele. Hoje em dia o cinema usa muito a música do Puccini como trilha, o que mostra a longevidade da obra dele. Devido aos cem anos da sua morte, seria quase criminoso se nós não fizéssemos essa homenagem. Mais do que justa, ela é necessária, é imprescindível para uma casa de ópera importante como é a nossa, fazer uma homenagem a esse grande gênio, o maior gênio depois da era Giuseppe Verdi” , disse o maestro.

Nos dias 24 e 25 de agosto, o festival segue com “O Príncipe do Egito”, uma adaptação encantadora da história bíblica de Moisés, oferecendo uma experiência teatral única e vibrante. Já no dia 04 de setembro, o Recital de Piano com o Duo Azulay, formado pelos pianistas Adriana e Humberto Azulay, promete encantar o público com a maestria e a sensibilidade de um repertório cuidadosamente selecionado.

“Pensamos em representar Puccini a partir de dois títulos contrastantes. ‘La Bohème’ traz um final trágico, enquanto ‘Gianni Schicchi’ apresenta um tema mais leve, inspirado na ‘Divina Comédia’ de Dante. Ambas as obras têm o amor como tema central, mas com desfechos diferentes”, disse Dione Colares, diretora artística do festival.

Ela se refere à ópera cômica “Gianni Schicchi”, que será sendo apresentada nos dias 3, 5 e 7 de setembro, e que traz a genialidade de Puccini em um cenário repleto de humor e lirismo. A maestrina Lígia Amadio regerá a ópera, sendo a primeira mulher a assumir a regência de uma ópera no festival.

“Num ano tão enigmático como é o ano do centenário de morte de Puccini, abrir com um concerto de ‘La Bohème’ é um marco, até porque, historicamente, o primeiro lugar onde a obra foi apresentada fora da Europa, ainda na época da borracha, foi aqui no Theatro da Paz. Então, é um marco realmente a gente poder abrir o nosso festival com ela em forma de concerto. Para além disso, nessa edição nós teremos o musical ‘Príncipe do Egito’, que é uma parceria do Governo do Estado do Pará, da Secult [Secretaria de Estado de Cultura], com a Fundação Carlos Gomes. É um espetáculo lindo, visando o público infantil, numa linguagem diferente, que não é lírica, e isso realmente agrega valor ao nosso festival. E fechamos com uma ópera leve, uma comédia, também de Puccini”, falou Nandressa Nuñez, diretora de produção do festival.

Para Nandressa, o festival já faz parte do calendário cultural dos paraenses e ao longo dos anos vem se tornando cada vez mais acessível para os mais diversos públicos.

“Chegar ao XXII Festival de Ópera do Theatro da Paz é a prova concreta de que nós já fazemos parte da programação do paraense, que inclusive nos cobra o que vai ter, como vai ser. Isso é muito bom, significa que realmente já fazemos parte. Somos o segundo festival mais importante do país e este ano somos o único festival que está sendo feito no Norte. E isso é motivo para que a gente possa dizer: ‘estamos no caminho certo’. Temos todas as classes dentro do teatro de igual forma, prestigiando, gostando e nos tornando cada vez mais acessíveis, para todos os públicos. Isso realmente é o que faz esse festival ser não só um marco dentro do calendário do estado, mas um marco grandioso”, destacou Nandressa.

 

Calendário do XXII Festival de Ópera do Theatro da Paz

Concerto
La Bohème
09 de agosto de 2024

Musical
“O Príncipe do Egito”
24 e 25 de agosto de 2024

Recital de Piano
Duo Azulay
04 de setembro de 2024

Ópera
Gianni Schicchi
03, 05 e 07 de setembro de 2024

Serviço:
Abertura do XXIII Festival de Ópera do Theatro da Paz
09/08, às 20h

Entrada gratuita 

Ingressos: somente no dia do concerto, pelo ticketfacil.com.br, às 9h, ou na bilheteria do Theatro, a partir das 18h. Apenas duas unidades por CPF.