Respeitando as particularidades culturais dos povos originais, a maioria das etnias Tembé, Assurini, Amanayé e Munduruku, a unidade também é referência para esse segmento social

De janeiro a julho deste ano, o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), em Belém, realizou 232 atendimentos a pacientes indígenas, a maioria das etnias Tembé, Assurini, Amanayé e Munduruku. Em 2023 foram 138 atendimentos, já totalizando 370 em menos de dois anos. Esses números mostram que, até o oitavo mês de 2024, houve um aumento de 68,11% nesse serviço.

O HRAS atua há um ano na linha de cuidado aos povos indígenas. É pioneiro na Amazônia na assinatura do Incentivo para a Atenção Especializada aos Povos Indígenas (IAE-PI), do Ministério da Saúde (MS), e mantém em seu sistema mais de 300 etnias, cumprindo 11 requisitos exigidos pelo IAE-PI, com ênfase na melhoria do acesso das populações indígenas aos serviços especializados de saúde.

A unidade de saúde do Governo do Pará oferece atendimento e acolhimento especializado aos pacientes indígenas e seus familiares, respeitando seus costumes e hábitos; priorizando clareza nos diagnósticos e recomendações de saúde; garantindo intérprete, quando necessário, e promovendo qualificação constante dos profissionais.

Cuidados específicos – No bloco de atendimento aos indígenas, o paciente Bep Kaprin Xikrin destacou o atendimento universal oferecido pelo HRAS. “Sem distinção. O tratamento é igual para todos, e estou melhorando a cada dia”, informa. Sua acompanhante, Ireprin Xikrin Gavião, garante que se sente acolhida no Hospital. “Pedi uma rede para que pudesse me deitar, e prontamente tive meu pedido atendido”, conta Ireprin.

Desde o último mês de fevereiro, a indígena Domingas Tembé Ramos, 71 anos, faz hemodiálise três vezes por semana no “Abelardo Santos”. “Todas as terças e quintas-feiras, além do sábado, estou por aqui para me cuidar e ser cuidada. Muitos já me conhecem e me tratam com todo respeito, o que tem feito eu me sentir melhor a cada dia”, afirma Domingas.

Atenção especializada – Conforme a coordenadora do Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente (NQSP) do Hospital Abelardo Santos, Hellen Monteiro, os números demonstram o compromisso em fornecer cuidados de saúde especializados às necessidades específicas dos indígenas, considerando suas particularidades culturais e sociais.

Segundo Hellen Monteiro, “essa é a nossa missão: acolher todos os pacientes com qualidade e respeito. Isso inclui, com muito orgulho e responsabilidade, as populações indígenas. Estamos extremamente felizes em sermos referência neste serviço, oferecendo um atendimento de qualidade, de forma igualitária, e reconhecendo e valorizando a diversidade cultural dos povos originários”.

Para a diretora-geral do HRAS, Aline Oliveira, esses números demonstram o compromisso e a dedicação do Hospital em fornecer cuidados especializados. “Tudo isso vai além do atendimento médico. Buscamos garantir que cada paciente se sinta respeitado e acolhido. Continuaremos a trabalhar para melhorar ainda mais o acesso e a qualidade dos serviços oferecidos”, garante.

Referência – Além do acolhimento de urgência e emergência, a unidade presta atendimento ambulatorial e cirúrgico em diversas especialidades, como urologia, pediatria, cirurgia vascular, ginecologia, neonatologia, neurologia, neurocoluna e obstetrícia.

O Hospital Regional Dr. Abelardo Santos é a maior unidade de saúde pública do Governo do Pará. A instituição é administrada pelo Instituto Social Mais Saúde (ISMS), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Conta com um serviço de pediatria de urgência e emergência, além de leitos clínicos.

A unidade é também referência no atendimento à mulher e à criança, em quatro frentes pediátricas: pronto-socorro, cirurgia, internação clínica e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), além do acolhimento nas unidades de Cuidados Intermediários. A pediatria do HRAS está estruturada com 10 leitos de UTI, 25 leitos de clínica pediátrica e um pronto-socorro infantil, com atendimento 24 horas.

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Abelardo Santos reforça atendimento à população indígena no Pará