Eleições 2024

Perdeu o debate para prefeito de SP? Veja como foi em 5 pontos

O primeiro debate televisivo entre os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo ocorreu na noite desta quinta-feira (8), transmitido pela Band.
O primeiro debate televisivo entre os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo ocorreu na noite desta quinta-feira (8), transmitido pela Band. Crédito: Renato Pizzutto/Band

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O primeiro debate televisivo entre os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo ocorreu na noite desta quinta-feira (8), transmitido pela Band. Participaram o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), o apresentador José Luiz Datena (PSDB), o empresário Pablo Marçal (PRTB) e a deputada federal Tabata Amaral (PSB). Veja como foi em cinco pontos:
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1) Artilharia contra Nunes
Os pré-candidatos concentraram as críticas em Nunes, desde o primeiro bloco do debate. Em sua primeira fala, o prefeito disse que esperava um “debate de nível” para falar da cidade e de propostas.
Já naquele bloco, Datena afirmou que Nunes destruiu a cidade; Boulos questionou sobre contratos sem licitação firmados pela prefeitura; Marçal disse que o emedebista é um vereador jogado na cadeira de prefeito, sem competência para resolver problemas básicos da população; e Tabata afirmou que a cidade em evolução que o emedebista descreve não é real.
“Fico um pouco indignado, a gente espera um debate de alto nível. Vocês estão vendo aí, é só ataque. Não precisa manchar a honra das pessoas”, disse Nunes.
No segundo bloco, ao mencionar investigação do Ministério Público que apura ligações entre empresas de ônibus da capital e a facção PCC, Datena afirmou que não seria ele a dizer que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem relação com o grupo criminoso.
O emedebista obteve direito de resposta e disse que o apresentador responderia a mais um processo. “O direito de resposta é uma reprimenda a quem insiste em atacar as pessoas. A honra da pessoa não pode ser atacada. Aqui não é programa de televisão, tenha respeito. Vai ganhar mais um processo”, afirmou.
Já no último bloco, Tabata questionou o prefeito a respeito do boletim de ocorrência registrado por sua mulher por violência doméstica e afirmou que ele mentiu sobre o caso ao negar a existência do documento em sabatina Folha/UOL. “São Paulo não merece um prefeito que mente e é agressor de mulher”, disse ela.
Nunes respondeu que nunca agrediu sua mulher: “Não pode ser vale tudo numa campanha, te peço respeito e consideração”.

2) Marçal agressivo
Conhecido por gerar polêmicas para produzir cortes de vídeos que possam render boa audiência nas redes sociais, onde conta com amplo engajamento, Marçal escalou o tom contra seus adversários. Especialmente após ter sido questionado por Tabata sobre condenação na Justiça na juventude por ter participado de uma quadrilha.
O influenciador disse que a deputada é “para-choque de comunista“, “adolescente” e que parece uma “jornalistazinha militante”. Também se referiu a Boulos como “comedor de açúcar”.
No último bloco, Marçal usou um factoide para atacar o psolista, sugerindo que ele é usuário de drogas, sem apresentar qualquer comprovação. Na convenção que confirmou sua pré-candidatura, o influenciador já havia afirmado que dois adversários usam cocaína.
Boulos respondeu que Marçal “ainda vai voltar para a cadeia” por conta de suas mentiras e afirmou que ele parecia um psicopata. “Ele mente e acredita na mentira, fala com convicção, não fica nem vermelho.”

3) Boulos tenta dobradinha com Datena
Ao longo do debate, Boulos tentou firmar uma dobradinha com Datena, o que foi criticado por Nunes. O apresentador, apesar de fazer críticas mais duras ao prefeito do que ao psolista, não embarcou no fluxo. Já no primeiro bloco, questionou o deputado federal sobre seu voto no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados para arquivar investigação contra André Janones por um suposto caso de rachadinha.
No último bloco, Datena foi mais direto, rejeitando a afirmação de que estaria fazendo uma dobradinha com Boulos e criticando a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente Lula (PT), transposta para as eleições municipais.
“O senhor [Boulos] parece marionete do presidente Lula, e que aquele cidadão [Nunes] parece marionete do presidente Bolsonaro. Eu não votaria em nenhum dos dois. Ele me acusa de fazer jogo com você porque não tem outra forma de mostrar a competência dele.”

4) Tabata escanteada e direitos de resposta
Apesar de ter feito perguntas duras para Marçal e Nunes, tocando em temas sensíveis, Tabata não foi perguntada pelos adversários. Inicialmente em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, a deputada federal desidratou e hoje está atrás de todos os pré-candidatos que participaram do debate.
As trocas de ataques geraram três direitos de resposta ao longo do programa. Dois foram concedidos para Nunes após afirmações de Datena e um para Boulos após ataque de Marçal.

5) Cenário nacional fora do cardápio
De forma geral, foram poucas as menções a Bolsonaro e Lula ao longo do debate.
Boulos afirmou que Nunes é um bolsonarista envergonhado e, Marçal, um bolsonarista rejeitado. Disse ainda que o empresário queria que o ex-presidente o adotasse, mas que acabou órfão.
O prefeito citou Bolsonaro apenas uma vez, ao mencionar negociação da prefeitura com o governo federal envolvendo a dívida da cidade e o Campo de Marte. Nunes está em uma sinuca de bico ao longo de toda a pré-campanha: precisa da associação com o ex-presidente para sacramentar o voto da direita, mas teme com isso perder votos entre os moderados.