Por Carol Menezes
Ainda faltam três meses para o encerramento de 2022, e já são bastante positivas as expectativas relacionadas aos impactos das movimentações de fim de ano para a economia do estado por parte dos setores. Segundo a Pesquisa Índice de Confiança do Empresário do Comércio, realizada em agosto pela Federação do Comércio do Estado do Pará (Fecomércio-PA), 49,4% dos empresários acreditam que as vendas nos próximos meses deve melhorar muito – o que dá praticamente como certo que haverá contratação de funcionários temporários para o período.
Ainda sem projeções fechadas para o quantitativo de contratações no final do ano, a entidade reforça a animação para o último trimestre. “Baseados nos eventos que devem impulsionar as vendas nos últimos meses do ano e na Pesquisa índice de Confiança do Empresário do Comércio, também da própria Fecomércio-PA, o índice de contratação de funcionários revelou que 31,1% dos empresários pretendem aumentar muito a equipe, enquanto que 49,8% informaram que deverão aumentar pouco”, detalha a assessora econômica da Federação, Lúcia Cristina Lisboa.
As vendas do comércio e o volume de serviços deverão ser alavancadas também pela realização na íntegra, após dois anos de muitas limitações impostas pela pandemia da Covid-19, de todas as festividades relacionadas ao Círio, algumas demandas em setores específicos em função da Copa do Mundo, Black Friday, e claro, das festas natalinas e de final do ano. Junte-se a isso os recursos que serão injetados na economia: liberação das parcelas do 13º e ajuda do próprio Auxílio Emergencial. “Embora parte desses valores sirvam para quitar dívidas, uma outra parte também vai para o consumo e isso movimenta os ramos de atividades”, justifica a assessora econômica.
“As vendas do comércio e serviços, no primeiro semestre do ano, foram superiores em 7,1% ao mesmo período do ano anterior, segundo dados extraídos pela Fecomércio-PA da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC-IBGE), então, esse conjunto de eventos contribuirá para ampliação da demanda, com influências positivas sobre a necessidade de contratação de temporários”, complementa Lúcia.
REFORÇO
O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará também vê três meses prósperos pela frente. “Acreditamos que o Círio 2022 ainda não seja nos moldes pré-pandemia, mas que será bem melhor que nos últimos dois anos. Com isso, há expectativa de contratação não de temporários no Círio, mas diaristas, em bares, lanchonetes, porque de quinta-feira a domingo o movimento aumenta, e esse trabalhador ganha o valor previsto na tabela do Sindicato. Essa tônica deve prevalecer também no fim do ano”, adianta o assessor jurídico da entidade, Fernando Soares.
Ele explica que o incremento de clientela nesse período se dá de quinta-feira a sábado em estabelecimentos de alimentação fora do lar, por causa das confraternizações e etc, e que a movimentação entre domingo e quarta-feira não pede incremento de pessoal. “As empresa tem seus cadastros de temporários para limpeza, auxiliares de cozinha, higienização, garçons, até mesmo de portaria e segurança, e recorrem a eles nessas situações”, detalha.
Ainda com cautela, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA) também confirma as boas expectativas de empregos temporários desde o Círio até o fim de dezembro. A estimativa de números para a Região Metropolitana de Belém ainda será divulgada mais pra frente, mas a avaliação no momento é de que deve ficar próximo dos números do ano passado, quando houve cerca de quatro mil contratações.
“Esta é uma análise feita sobre os dados do Ministério do Trabalho/Cadastro Geral de Empregados e Desempregados sobre a Flutuação do Emprego Formal, em todos os setores econômicos do estado, principalmente no Comércio, Indústria e Serviços este ano, como também da perspectiva de uma melhora no desempenho da economia paraense com a circulação de mais dinheiro neste segundo semestre. A torcida agora é para que os principais setores econômicos do estado possam também se refletir com mais empregos e renda no Pará”, afirma o supervisor técnico do Dieese/PA, Roberto Sena.