Pará
Pará destaca ações da bioeconomia no 'Bioeconomy Amazon Summit'
Belém, capital paraense e futura sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, recebeu nesta quinta-feira (1º) a primeira edição do Bioeconomy Amazon Summit (BAS). O evento, realizado no Hangar, reuniu mais de 600 participantes, incluindo investidores, empreendedores, líderes do setor público e privado, além de representantes da sociedade civil, com o objetivo de fomentar negócios sustentáveis e impulsionar a bioeconomia na Amazônia em três ambientes – arena empreendedora, plenária e round table, com salas temáticas.
Promovido pelo Pacto Global da ONU no Brasil e a gestora de venture capital KPTL, o BAS trouxe à tona discussões cruciais sobre a inovação e o empreendedorismo como motores para o desenvolvimento sustentável na região amazônica. Com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, da ApexBrasil, do Mercado Livre, do Sebrae Pará e da Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), o evento contou com a participação de 80 startups, das quais 60 receberam incentivos diretos.
A abertura teve a participação de figuras como o CEO do Pacto Global da ONU – Rede Brasil, Carlo Pereira; o CEO da KPTL, Renato Ramalho; o governador do Pará, Helder Barbalho; a representante do Gabinete da Diretoria de Negócios e Líder do Programa Mulheres nos Negócios da ApexBrasil, Maira Pinto Cauchioli Rodrigues; e o secretário da Semas, Mauro O’de Almeida.
O BAS é um evento que marca o começo de um movimento que posiciona a Amazônia no centro das discussões globais sobre o clima e a sustentabilidade; e a escolha de Belém para sediá-lo foi estratégica, conforme destacou Carlo Pereira.
“Belém não foi escolhida por acaso. O Pará se destaca na vanguarda da bioeconomia no Brasil, sendo o primeiro estado a lançar um plano de economia verde, que serve de base para outras regiões e até para o governo federal. Além disso, a COP30, que será realizada aqui, promete ser a maior e mais importante conferência do clima até hoje”, afirmou.
Pereira também ressaltou a importância de conectar investidores e empreendedores ao ecossistema local para fomentar a bioeconomia, que está diretamente ligada com o clima. “O que queremos fazer aqui é trazer investidores e empreendedores para interagirem com esse ecossistema e fazer com que tenha um desenvolvimento sustentável não só no Pará, mas que isso sirva de exemplo para o mundo”, complementou.
INOVAÇÃO
O CEO da KPTL, Renato Ramalho, destacou a importância de investir em inovação e tecnologia como pilares para o desenvolvimento sustentável na região. Além disso, que o sucesso de startups na bioeconomia não depende de algo mais sofisticado ou complexo e que empresas com bons empreendedores, boas ideias e um objetivo claro de geração de riqueza, qualidade de vida e proteção florestal são os pré-requisitos necessários para bons investimentos. “Investir em inovação tecnológica não se resume apenas a software. Na bioeconomia, inovação pode significar desde um cosmético produzido de forma sustentável até uma cadeia logística eficiente que respeita o meio ambiente. Estamos explorando uma fronteira ainda inexplorada no Brasil, com um potencial gigantesco para gerar riqueza e proteger nossas florestas”, comentou.
Renato Ramalho enfatizou que a bioeconomia, mesmo que em estágio inicial se comparada a outros setores em que o Brasil já teve protagonismo, oferece um leque diversificado de oportunidades que precisam ser desenvolvidas de forma integrada, promovendo qualidade de vida. “Agora, é necessário que governo, corporações, investidores, empreendedores, universidades e centros de pesquisa trabalhem juntos para amadurecer esse ecossistema, permitindo que soluções inovadoras sejam implementadas de maneira mais rápida e eficiente, beneficiando tanto a sociedade quanto a floresta”, ponderou.
ESTADO
O governador Helder Barbalho reafirmou o compromisso do estado com a bioeconomia, indicando-a como um pilar fundamental na estratégia de preservação da floresta e desenvolvimento sustentável.
“Estamos produzindo com a nossa biodiversidade dos povos ancestrais, agregando tecnologia, ciência, conhecimento e, claro, mobilizando para que gere escala, para que possamos ter financiamento atrelado à bioeconomia para gerar empregos verdes, gerar renda para as comunidades locais”, acrescentou.
Durante a abertura, o secretário da Semas, Mauro O’de Almeida, ressaltou o compromisso do estado na oportunidade de transformar a Amazônia em um exemplo de economia sustentável. “O Plano de Bioeconomia que estruturamos foi fruto de um esforço coletivo com a participação de mais de 300 lideranças e 40 reuniões. É o momento de consolidar essas ideias, atraindo investimentos e impulsionando negócios que respeitem e valorizem o bioma amazônico, gerando emprego e renda”, avaliou.
MAIS SOBRE O BAS
Lançado oficialmente em setembro de 2023 pelo Pacto Global da ONU no Brasil e pela gestora de venture capital KPTL, o Bioeconomy Amazon Summit (BAS) tem trabalhado para reunir o apoio de influenciadores locais e nacionais na formação de um Conselho Curador. Este conselho, composto por cerca de 40 pessoas, têm a responsabilidade de definir os principais norteadores do BAS para os próximos sete anos; e, até o momento, já realizou três encontros virtuais, os quais foram discutidos temas e programações que estiveram presentes na primeira edição do BAS, que ocorreu nesta quinta-feira (1º).