Trayce Melo
O modelo de pagamento por aproximação (contactless), seja pelo celular ou por cartão físico, cresceu cerca de 10% em 2023, de acordo com o Banco Central. Ainda segundo a pesquisa, o telefone foi usado para pagar por compras e serviços em 82% das vezes nesse método. O levantamento mostra que as transações por aproximação no cartão de crédito foram de 23,1% para 31,1%. Já o uso do cartão de débito no mesmo modelo subiu de 24,4% para 35,2% no período da pesquisa.
No entanto, se por um lado a modalidade leva praticidades, por outro o consumidor pode estar exposto a golpes. Pensando nisso, conversamos com o economista Valfredo Farias, que esclareceu algumas dúvidas sobre a modalidade de pagamento.
O economista explica que o pagamento por aproximação é a modalidade de transação financeira em que basta se aproximar o dispositivo ou objeto para que a cobrança seja concluída. “O pagamento é geralmente feito com um cartão, celular ou smartwatch, mas existem vários outros métodos”, esclarece.
“Na maioria das instituições financeiras, há um limite de valor para pagamentos por aproximação, geralmente em torno de R$200. Para transações acima desse valor, será necessária a digitação da senha para confirmar a compra”, acrescenta.
Ele ainda diz que o cartão por aproximação é um método tão seguro quanto passar ou inserir o cartão de chip. “Muitos modelos de cartão por aproximação contam com diversas medidas de segurança, incluindo a criptografia, o que dificulta a interceptação de transações por terceiros mal intencionados”, explica.
Porém, o economista alerta que, assim como outras formas de pagamento, precisamos tomar o máximo de cuidado possível para não cair em golpes ou fraudes. “Mantenha-se atualizado sobre as transações feitas com seu cartão, recebendo notificações em tempo real sempre que uma compra for realizada. Além disso, proteja suas informações pessoais e bancárias, evitando compartilhá-las com estranhos ou em sites não seguros”, sugere.
“Se o seu cartão oferecer opções de senha ou autenticação biométrica, use-as para melhorar a segurança das transações”, complementa. Na feira da Pedreira, em Belém, muitos feirantes estão adotando o pagamento por pix, cartão de débito/crédito ou por aproximação. É só observar as placas espalhadas ao redor escrito: “Aceitamos cartão de crédito e débito” ou “Pague no Pix”.
A feirante Cristina Costa diz que costuma receber ultimamente muitos pagamentos por aproximação. “Pagamento em dinheiro em espécie eu quase não recebo, ultimamente é só cartão, por aproximação de celular e Pix. Até agora não tive problema nenhum com essas formas de pagamento mais tecnológicas”, disse.
Ela afirma que sempre toma alguns cuidados para não cair em golpes. “Eu tento sempre me certificar que o pagamento foi efetuado. Olho logo no celular e verifico o comprovante”, conta.
Mesmo assim, Cristina pouco movimenta sua conta e prefere andar com dinheiro no bolso. “O Pix tem sido uma ótima opção pelo fato da transação financeira não ter nenhum custo. Mas eu ainda faço meus pagamentos no dinheiro, eu tenho um controle melhor dos meus gastos do que com o dinheiro em conta”, justifica.
Já a feirante Rosemere Fonseca contou que já lidou com fregueses que programam um Pix em vez de fazer o pagamento imediato. Depois, a transferência é cancelada e a pessoa nunca recebe o dinheiro, caso não verifique a sua conta imediatamente. “Agora eu peço sempre para ver o comprovante de pagamento. Tem gente que agenda o pagamento de má fé, porque Pix agendado pode ser cancelado”, relembra. “Mas agora com a facilidade da maquininha de gerar o QR code ficou mais prático os pagamentos, com total segurança”.