O Pará registrou a passagem de 12,68 mil turistas internacionais no primeiro semestre de 2024, segundo a Embratur, do Ministério do Turismo (MTur) e da Polícia Federal (PF). O resultado é mais que o dobro registrado no mesmo período de 2023, quando 6,25 mil viajantes de outros países desembarcaram no estado, e o melhor desde 2018 (11,7 mil pessoas). Após o anúncio de Belém como a sede da COP-30, o Pará passou a ser mais visado pelos visitantes. E quem mais se beneficia com o aumento do turismo no estado são os pequenos e médios negócios de diversos serviços, entre os quais estão bares, restaurantes, lojas e hotéis.
De acordo com o guia de turismo Vitor Lima, que trabalha há mais de 11 anos no ramo, o Estado vem apresentando um bom desempenho turístico, especialmente por se destacar pela sua história e cultura. “Na verdade, o que mais atrai os turistas estrangeiros para o nosso Estado é que a gente tem um turismo diferente. Diferente no sentido de que ele não foi criado. Quem escolhe aqui como destino vai conhecer nosso cotidiano, nossas histórias, costumes e tradições”, pontua.
Atualmente, algumas empresas e guias de turismo oferecem vários tipos de pacotes de visitação no Pará, que incluem desde a visitação na área urbana, no Centro da capital e a área ambiental. Vitor conta que os turistas também gostam de fazer passeios de barco, conhecer o interior do estado, aldeias indígenas e a gastronomia local. Segundo ele, a COP-30 é uma oportunidade única para promover a Região Norte do Brasil e a Amazônia. “Já estamos percebendo uma grande movimentação de turistas estrangeiros nos últimos meses. Os turistas estrangeiros estão curiosos para conhecer o Estado antes da COP-30. Exemplo disso, foi o aumento gradativo com press trip, que são viagens organizadas para promover determinados destinos ou serviços a jornalistas e formadores de opinião”, afirma.
VENDAS
O artesão Alexandre Paulemyr está com uma exposição de artesanato no Solar da Beira, no bairro da Campina. Ele diz que tem vendido bastante peças para turistas estrangeiros. “Eu faço instrumentos musicais com matéria prima da nossa região. Entre os instrumentos que eu confecciono, eu acho que um dos mais representativos dos meus instrumentos seja o agogô. Porque o agogô é feito no ouriço da castanha do Pará. Então, onde ele for, ele está levando a nossa cultura e a nossa musicalidade e a raiz da nossa terra”, comenta.
O artesão diz que está buscando fazer um curso de inglês para atender melhor os clientes estrangeiros. “Eu já tive algumas oportunidades de sair do país. Então, eu converso um pouquinho em italiano e em francês. Mas no inglês, que é o universal, já é com a minha esposa. Agora, com a vinda da COP30, eu já estou procurando pelo menos a conversação básica”, diz.
Já a vendedora Elisângela Lima, que trabalha em um quiosque de souvenirs criativos, na Estação das Docas, conta que os itens que mais vendem na loja são as cerâmicas. “As nossas cerâmicas marajoara, que são pintadas todas à mão. A tintura delas é uma tintura toda especial, que é justamente para que não desgaste com o tempo. Aí eles também levam muitas camisas regionais, porque as nossas expressões estão em alta”, detalha. “Esse mês foi um mês bom em relação ao turismo estrangeiro, porque a gente viu turistas de todos os lugares do mundo. Para ganhar os turistas, a gente usa o nosso jeitinho paraense. Porque a gente tenta entender o que eles querem para que a gente possa oferecer a melhor opção para eles”, conclui.