O empresário Thiago Brennand Fernandes Vieira, de 42 anos, que foi denunciado após ter sido flagrado agredindo uma modelo em uma academia de São Paulo, agora será alvo de uma investigação com base em diversas denúncias sobre a prática de crimes sexuais contra ao menos dez mulheres.
As promotoras públicas do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (NAVV) do Ministério Público de São Paulo iniciam, a partir desta segunda-feira (19), a coleta dos depoimentos das vítimas. Segundo informa o MPSP, os relatos preliminares obtidos pelas promotoras vão desde agressões e ameaças a crimes de assédio sexual, cárcere privado e até estupro. Três denunciantes, inclusive, teriam sido tatuadas com as iniciais dele no corpo.
LEIA TAMBÉM:
Veja quem é o empresário que agrediu modelo em academia
Roger pede para garota de 11 anos estuprada “parar de meter”
O empresário, que já é investigado no inquérito que apura a agressão à modelo paulistana, não está no país nesse momento. No último dia 4, ele viajou para Dubai, nos Emirados Árabes. A Justiça determinou um prazo de dez dias para que ele retorne ao Brasil. Prazo que expira na próxima sexta-feira (23).
De acordo com o MPSP, o objetivo do recém-criado NAVV é apoiar as vítimas de crimes violentos, especialmente de caráter sexual. Além dos serviços jurídicos, o núcleo de atendimento também oferece assistência psicológica, social e de saúde – sempre em parceria com outras instituições.
As vítimas do empresário decidiram procurarar a Justiça depois que outros casos envolvendo Thiago Brennand vieram a público, após a divulgação do vídeo com as agressões na academia de São Paulo. Por esse motivo, as denunciantes também foram encaminhadas ao Projeto Justiceiras, que atua com ações de prevenção à violência de gênero.
Com intuito de deixar as vítimas o mais à vontade possível para falar, principalemente a respeito dos momentos mais dolorosos, as oitivas serão realizadas de maneira informal. Caso os relatos confirmem as denúncias, aí sim elas serão ouvidas formalmente para a abertura dos inquéritos individuais, que poderão ser abertos pelo próprio MPSP. A investigação vai correr em sigilo.
Tatuagem à força
Os relatos, conforme as promotoras já adiantaram, indicam a prática de crimes graves por parte do empresário, sendo que os estupros são os mais recorrentes. Em todas as ocasiões, as vítimas teriam sido atraídas após encontros presenciais ou por meio de conversas em redes sociais, tendo sido levadas para a mansão do empresário em um condomínio de luxo em Porto Feliz, interior de São Paulo, onde os crimes teriam sido cometidos.
Representante das vítimas, o advogado Márcio Cezar Janjacomo foi o responsável por encaminhar os casos ao MP. Segundoi ele, Brennand tinha um modus operandi facilmente identificável, uma vez que é praticamente o mesmo já denunciado por uma mulher que já havia procurado a Polícia Civil de Porto Feliz.
No Boletim de Ocorrência feito por uma jovem pernambucana, a vítima relatou ter sido agredida, mantida em cárcere privado, estuprada e obrigada a fazer uma tatuagem com as letras TFV, que são exatamente as iniciais do nome do empresário.
O caso chegou a ser investigado pela delegacia de Porto Feliz, mas o caso foi arquivado depois que as testemunhas e o próprio tatuador negaram tudo. Não satisfeota em arquivar o inquérito, polícia paulista ainda enviou o inquérito para a Polícia Civil de Pernambuco, solicitando que a mulher fosse indiciada por denunciação caluniosa. No entanto, a investigação foi reaberta por determinação do MP de Porto Feliz.