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Irmãos de crianças autistas têm 20% de chance de também serem autistas

Em fala capacitista, pastor diz que autismo não existe.
Em fala capacitista, pastor diz que autismo não existe. Foto: Freepik

RIO (AG) – Uma descoberta publicada na revista Pediatrics mostrou que irmãos de crianças autistas têm 20% de chance de também serem autistas – percentual sete vezes maior do que para os bebês sem irmãos com a condição.

O estudo confirma a teoria levantada pelo mesmo grupo de pesquisa sobre a probabilidade de autismo em irmãos. Foram analisados 1.605 bebês em 18 locais de pesquisa nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido.

“A taxa de diagnóstico de autismo na comunidade em geral tem aumentado constantemente desde que nosso artigo anterior foi publicado. Então, era importante entender se isso tinha algum impacto na probabilidade de recorrência do TEA (transtorno do espectro autista) em uma família”, explica Sally Ozonoff, professora do Departamento de Psiquiatria e Ciências Comportamentais da Universidade da Califórnia em Davis, nos Estados Unidos.

O TEA é diagnosticado, geralmente, na segunda infância, entre os 4 e os 6 anos. Os pesquisadores coletaram dados por nove anos (entre 2010 e 2019) e acompanharam o crescimento das crianças a partir dos 6 meses. Especialistas avaliaram as crianças para autismo aos 3 anos usando a ferramenta Autism Diagnostic Observation Schedule (ADOS-2).

Como resultado, foram encontradas provas que o sexo do primeiro filho autista afeta diretamente a probabilidade de o autismo recorrer na família. O estudo também mostra que uma criança com vários irmãos autistas tem 37% de chance de ter TEA.

Os fatores prováveis apontados pelos pesquisadores são raça e o nível de educação da mãe. Em famílias não brancas, a taxa de recorrência é de 25%. Em famílias brancas, a taxa de recorrência é de cerca de 18%.

No âmbito socioeconômico, em famílias onde a mãe tinha ensino médio ou menos, a recorrência era de 32%. Com alguma faculdade, é de 25,5%, e com um diploma universitário cai para 19,7%. Já quando a mãe tinha pelo menos um diploma de pós-graduação, chega a 16,9%.

“Esses resultados refletem descobertas recentes e que o autismo é mais prevalente em crianças de grupos historicamente sub-representados”, ressalta a pesquisadora.