Pará

Grande Belém registrou 876 casos de incêndio no primeiro semestre

No último sábado, famílias perderam casas no bairro do Barreiro, na capital. Bombeiro explica como se prevenir desse tipo de ocorrência
No último sábado, famílias perderam casas no bairro do Barreiro, na capital. Bombeiro explica como se prevenir desse tipo de ocorrência Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará.

Casos de incêndio são frequentes em Belém e Região Metropolitana. Um destes ocorreu no último sábado (13), no bairro do Barreiro. Na ocasião, duas casas foram destruídas pelas chamas. Segundo relatos de moradores na área, o incidente teria sido causado por faíscas da queima de lixo próximo às casas.

Ambas as residências eram de alvenaria e madeira, com duas famílias habitando. Ao todo, 12 pessoas, entre adultos e crianças, foram prejudicadas com a destruição das casas. Jonhathn Barbosa, 30 anos, autônomo, é um desses moradores afetados. No momento do incêndio, por volta das 15h, ele estava no trabalho quando foi avisado e pego de surpresa.

“Perdemos tudo. Estamos vivendo com doações de amigos, parentes e vizinhos. Só ficamos com a roupa do corpo. E o que sobrou, como poucas roupas, foram furtadas. Estamos desolados e ainda não caiu a ficha sobre o furacão que destruiu nossas vidas”, desabafa o autônomo sobre a tragédia que abalou a família.

Outra vítima que morava em uma das casas incendiadas é a irmã de Jonhathn, Josiane Barbosa, 33 anos, autônoma. Mãe de quatro filhos, Josiane morava há mais de três décadas na residência e precisou, no momento, alugar uma casa para servir de abrigo à família.

“Meu pai tem 74 anos e está abaladíssimo. Ele construiu com muito sacrifício esse lugar pra gente morar. É horrível ter tudo destruído e ver nosso teto em cinzas. Não é somente a casa que está destruída. Meu pai também porque foi muito difícil construir essas casas para a nossa família”, confessa. Dos três cachorros que moravam nas casas, um não conseguiu se salvar das chamas. Além deste caso, outro incêndio foi registrado na última segunda-feira (15), em uma loja de manutenção de eletrodomésticos, localizada na Travessa Castelo Branco, bairro de São Brás. Apesar de ambos não terem registro de vítimas ou pessoas feridas, os acidentes chamam atenção pelo perigo de inúmeros riscos, principalmente à integridade física.

OCORRÊNCIAS

De acordo com dados do Sistema de Cadastro de Ocorrências, do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, foram 876 casos registrados de incêndio e princípio de incêndio em residências ou estabelecimentos comerciais em Belém e Região Metropolitana, no período de 01/01/2024 a 30/06/2024.

O tenente Evandro Aleixo, do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, destaca que uma das principais causas destas ocorrências em edificações, sejam residências ou estabelecimentos comerciais, inclui a falta de manutenção preventiva nos sistemas elétricos, que deve ser realizada ao mínimo uma vez por ano, com revisão do eletricista para prevenir curtos-circuitos e retirar fiações degradadas ou antigas. “É preciso se atentar também à sobrecarga elétrica quando são colocados muitos cabos na mesma tomada, a exemplo de adaptadores do tipo benjamin ou extensões elétricas”, reforça o tenente sobre o uso descuidado destes equipamentos.

Outra cautela ressaltada pelo militar é quanto ao uso de velas em casa, que devem ser acesas longe de qualquer material de fácil combustão, como móveis de madeira, cortinas de tecido ou jornais e revistas, e apagá-las sempre que sair da residência. Já na cozinha, o cuidado também deve ser redobrado. “Muita gente deixa o forno ligado ou uma panela no fogão e sai para ir à feira ou ao supermercado. Isso é um risco imenso e deve ser evitado”.

Sobre o mês de julho, das férias escolares, quando muita gente viaja e deixa a casa sozinha por longos períodos, o tenente ressalta que o registro do botijão de gás deve ser desligado imediatamente ao sair da residência e todos os possíveis eletrodomésticos ou eletroeletrônicos devem ser retirados da tomada.

De acordo com o tenente, as casas de madeira possuem os mesmos riscos de princípio de incêndio e incêndio que as de alvenaria. Entretanto, “nas casas de madeira, o fogo tem propagação mais rápida e pode até mesmo queimar totalmente o local antes da ajuda chegar”, o que exige um maior cuidado e atenção de quem habita neste tipo de moradia. Em caso de urgência, basta ligar para o Corpo de Bombeiros no número 193, que funciona 24 horas por dia.

Por Rafael Rocha