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Sindicato dos Artistas denuncia Netflix por irregularidades em série

Lançada em 5 de julho, a série "Pedaço de Mim", da Netflix, conta o drama de Liana, personagem interpretada por Juliana Paes, que engravida de gêmeos de pais diferentes.
Lançada em 5 de julho, a série "Pedaço de Mim", da Netflix, conta o drama de Liana, personagem interpretada por Juliana Paes, que engravida de gêmeos de pais diferentes.Foto: Divulgação

Ana Cora Lima – Folhapress

A Netflix e a produtora A Fábrica foram denunciados ao Ministério Público do Trabalho nesta terça-feira (16) pelo Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (Sated-RJ). O motivo são as supostas irregularidades nas contratações de atores para a série “Pedaço de Mim”.

Segundo o presidente da entidade, Hugo Gross, há profissionais que atuam na produção recém-lançada pelo streaming sem registro da categoria. “As empresas precisam respeitar a convenção coletiva de trabalho. Denunciei agora ao Ministério Público porque isso já vem acontecendo há um tempo”.

Hugo diz estar “cansado das desculpas” de produtoras e streamings. “Eles alegam falta de dinheiro. Como, se faturam horrores?! O problema não é nem o dinheiro, é a falta de respeitabilidade ao artista”, diz, ressaltando que “Pedaço de Mim” é uma das séries mais vistas da Netflix no mundo. “Estão achando que não vai acontecer nada, né? Lei é lei.”

Além da falta de registro, o Sindicato também acusa A Fábrica e a Netflix de descumprirem a lei 6533/78, que dispõe sobre a regulamentação das profissões de artistas e de técnicos em espetáculos de diversões.

Um dos parágrafos afirma que o contrato de trabalho dos profissionais seja legitimado pelo sindicato –o que Hugo afirma não ter acontecido. Procuradas por email e WhatsApp pela reportagem, Netflix e A Fábrica não se manifestaram.

A série estrelada por Juliana Paes se tornou a produção mais vista de todo o streaming na última semana. Superou até o filme Um Tira da Pesada 4, esperada continuação da franquia com Eddie Murphy.

O melodrama com Juliana Paes, Vladimir Brichta e Felipe Abib já repete os passos de clássicos da dramaturgia nacional, como Escrava Isaura (1976) e Avenida Brasil (2012), que viraram sucesso internacional.