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'Valente, Papão merecia vitória', afirma Gerson Nogueira

Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu
Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu

Valente, Papão merecia vitória

Desde os primeiros movimentos, o jogo parecia sob feição para um novo triunfo do PSC fora de casa. Confuso, errando muito, o Coritiba não exercia a pressão esperada. Com Nicolas bem adiantado, como todo mundo quer ver, o ataque bicolor ameaçava constantemente. Parecia mais perto do gol, e foi isso que realmente ocorreu. Ainda no 1º tempo, porém, veio o empate. O resultado final não foi ruim, mas o Papão merecia vencer.

O excesso de erros marcou os primeiros 45 minutos. A saída do meio para o ataque era o maior problema do PSC, mas nos avanços em contra-ataque Nicolas e Esli García criaram um alvoroço na defensiva paranaense.

Duas chances, com Frizzo e Figueiredo, fizeram o Coritiba se animar e levantar a torcida. Do lado bicolor, Lucas Maia finalizou na pequena área e Pedro Morisco fez grande defesa. Em seguida, Netinho bateu falta pelo alto e Nicolas se antecipou ao goleiro para abrir o placar.

O Coxa pressionou e até fez o gol de empate, com Robson, mas o lance foi anulado por impedimento. O mesmo Robson voltou ao ataque pelo centro, ganhou de Wanderson na corrida e tocou para Lucas Ronier, livre na área, chutar no canto esquerdo e igualar o marcador.

A segunda etapa começou com o Papão melhor em campo. Logo nos primeiros minutos, Nicolas aproveitou um passe de Esli e mandou rasteiro para o fundo das redes. A jogada foi anulada após revisão do VAR, que apontou falta de Esli no goleiro Pedro Morisco.

A partir daí, o Coritiba prevaleceu com ataques sucessivos e perigosos, mas a defesa do Papão se portou bem e evitou o gol. No fim das contas, a boa atuação bicolor foi festejada pela Fiel no Couto Pereira, enquanto o Coritiba sofria com os apupos de sua torcida.

Em todos os aspectos, um bom resultado para o PSC, que segue em 15º lugar, mas em ascensão – está invicto há cinco jogos. A próxima partida será contra o Ceará Sporting, sexta-feira, na Curuzu.

Um vexame repleto de bizarrices  

Ainda atordoado com a eliminação na Copa América, Dorival Júnior teve a pachorra de afirmar que a Seleção Brasileira deu um “um passo muito grande” na competição e que tudo agora é “questão de tempo”. Platitudes que remetem a Sebastião Lazaroni e Dunga, mas que pegam mal no atual estágio do futebol brasileiro, reduzido a coadjuvante no continente.

Para Dorival, confirmado na Seleção até a Copa de 2026, o setor defensivo evoluiu e a escolha de jogadores foi positiva. Contra o Uruguai fez seu 8º jogo no comando. O problema é que, mesmo com o processo em fase inicial, os métodos e critérios geram muitos questionamentos – e receios.

O tropeço diante dos uruguaios não é o pior dos cenários. Problema mesmo é o que espera o Brasil nas Eliminatórias. Ocupando a constrangedora 6ª colocação no torneio de acesso à etapa principal da Copa do Mundo, a Seleção não inspira confiança em absolutamente ninguém.

A atropelada atuação em Las Vegas deixou claro que o Brasil ofensivo e destemido de antes deu lugar a um time medroso, que se defende dando chutão e é débil nas ações ofensivas. Endrick, a revelação palmeirense, substituiu Vini Jr., ocupando a faixa central do ataque. Partia sempre com a bola em disparada rumo à zaga uruguaia, armada até os dentes. Demonstrou coragem, mas pouca objetividade.

Depois de um jogo extremamente violento, sob a omissão criminosa do árbitro argentino Daniel Herrera, o Brasil partiu para as penalidades entregue à própria sorte. A rodinha de jogadores, rezando em voz alta, enquanto Dorival tentava timidamente pedir passagem, evidenciou o menosprezo do grupo em relação ao técnico.

A cena rodou o mundo e foi destacada pelo jornal Marca, que mencionou a cena de Dorival deixado no vácuo: “Dorival teve de disfarçar coçando a cabeça depois de nenhum jogador dar atenção”. Comparou com a atenção total que os uruguaios davam às instruções de Marcelo Bielsa.

Na Copa América mais estranha de todos os tempos, com campos reduzidos (5 metros mais curtos e 4 metros mais estreitos), a passagem do Brasil pelos EUA se insere entre as mais vexatórias da história da Seleção. Doeu porque não estamos acostumados, mas é hora de cair na real.

Provocação besta deixou o clássico mais pilhado

Como se não bastasse a má qualidade do time, o volante Andreas Pereira deu um jeito de botar mais lenha na fogueira ao dizer que o Uruguai “sonha” em ter uma seleção igual à do Brasil. Atiçou a ira da Celeste e ajudou a transformar o jogo num verdadeiro duelo de artes marciais.

A cretinice foi, obviamente, respondida à altura depois da partida. Luizito Suárez desdenhou da bizarra declaração e lembrou que Andreas era reserva de Arrascaeta (“o melhor jogador do Brasil”) no Flamengo.

Uma bobagem sem tamanho que injetou altas doses de adrenalina em um confronto já pilhado o suficiente. Além do mais, Andreas – mais conhecido por entregar uma Libertadores para o Palmeiras – não tem estofo para provocar ninguém. Um bobalhão.

Devia se basear no exemplo dos grandes craques brasileiros, que jamais recorreram ao expediente de provocar adversários gratuitamente. A ignorância em relação à história e às tradições do escrete é apenas mais um item da pobreza técnica e mental da atual Seleção.

Leão encara o frio em busca de nova vitória

Diante do Caxias, hoje à noite, o Remo tem como meta conquistar três pontos para recuperar a 10ª posição e seguir acreditando na classificação à próxima fase. Será o sexto jogo sob o comando de Rodrigo Santana, que acumula três vitórias e duas derrotas.

O time terá o retorno de João Afonso à linha de zagueiros, recompondo a formação mais utilizada por Santana desde que assumiu o Leão. Além de um Caxias em baixa, o time vai enfrentar o frio (em torno de 10 graus) da Serra Gaúcha. Para os azulinos, é vencer ou vencer.