Aline Rodrigues
No próximo final de semana, a ilha do Marajó recebe a 7ª edição do Festival Marajoara de Cultura Amazônica, que promove uma imersão e uma experiência genuína com a cultura popular marajoara, através da músicas, do teatro, das tradições, das cerâmicas e outros elementos da região. O evento ocorre de quinta, 11, a domingo, 14, nas cidades de Cachoeira do Arari, Salvaterra e Soure.
“A programação deste ano segue o conceito que estabelecemos desde a primeira edição, colocar grupos e mestres do Marajó como protagonistas e ao mesmo tempo convidar artistas e grupos da Região Metropolitana de Belém. A interação entre eles é fundamental para gerar intercâmbio e fazer circular a produção musical marajoara. Mas, o Festival Marajoara de Cultura Amazônica não é somente um festival de música, na verdade, é um evento de artes integradas, teremos teatro e cinema também”, falou Marcelo Carvalho, integrante do Coletivo Pulsar Marajoara e um dos idealizadores do projeto.
O Festival Marajoara de Cultura Amazônica surgiu da constatação da ausência da cultura popular nas programações oficiais de verão, onde os visitantes iam para Salvaterra e Soure passar a temporada de férias e não tinham onde assistir os mestres, mestras e grupos de carimbó da região. “Isso nos incomodava. No primeiro momento, nos organizamos entre amigos e fazíamos uma espécie de evento particular, chamávamos de luau. Depois, em 2018, decidimos criar o Coletivo Pulsar Marajoara e no mesmo ano realizamos o primeiro Festival Marajoara de Cultura Amazônica”, relata Marcelo.
Agora, é um festival consolidado e em franca expansão. “O balanço deste crescimento se traduz na parceria inédita que fizemos este ano, ao abraçar o Festival Choro Jazz, que chega ao Pará. Assim, a ideia de intercâmbio e de circulação da música marajoara vai se expandindo, inclusive alcançando mais público. Isso é extraordinário!”, celebrou Marcelo, que destacou ainda, que os festivais dialogam em seus objetivos, em sua forma de valorizar a cultura e a música, e desde o início afastaram completamente a ideia de competição.
“Imagina dois festivais acontecendo no mesmo período e local, não seria nada interessante e o público ficaria dividido. Então, desde quando nos conhecemos as conversas foram no sentido de entrelaçar. O incrível deste encontro, que nós batizamos de ‘encontro do rio com o mar’, é que o conceito do nosso festival já estava pronto e fala justamente de tecer redes e conectar caminhos”, contou Marcelo.
Se apresentam nos palcos do Festival Marajoara de Cultura Amazônica os grupos Cruzeirinho, Tambores do Pacoval, Encanto Marajoara, Paracauari, o Boi Primavera e o Coletivo Mestre Zampa, além do Boi Aventureiro e do Boi Estrela do Amanhecer, os dois últimos da cidade de Cachoeira do Arari. “É uma excelente representatividade da cultura marajoara”, diz Marcelo. “De Belém, teremos Layse e os Sinceros, Allan Carvalho e a banda Na Cuíra. No teatro teremos o ator Leonel Ferreira, do grupo Madalenas, que vai apresentar o espetáculo ‘O Menino do Rio Doce’”, acrescenta.
Na linguagem audiovisual, o festival irá apresentar ao público a animação “O Olho do Mapinguari”, dos diretores Andrei Miralha e Petrônio Medeiros, além de exibir o documentário “Museu do Marajó, onde aprendo a falar com o tempo”, de Júnior Braga, sobre a vida do Padre Giovanni Galo. A programação de cinema e teatro se concentra no dia 11, a partir das 19h, na Pousada Marajó, em Salvaterra. Já nos dias 13 e 14, o evento foca em dois pontos: a música, no formato do show no palco, e nos cortejos de rua, um em Soure, dia 13, e outro em Salvaterra, dia 14.