Pará

Hortaliças, verduras e legumes estão mais caras no Pará

Os produtos que mais sofreram reajustes no mês de junho em comparação a maio, ambos este ano, em Belém, foram a batata, com alta de 15,35%, seguida do cariru (9,71%)
Os produtos que mais sofreram reajustes no mês de junho em comparação a maio, ambos este ano, em Belém, foram a batata, com alta de 15,35%, seguida do cariru (9,71%)

Even Oliveira

As feiras livres e supermercados têm sido palco de negociação entre vendedores e consumidores, à medida que os preços de hortaliças, verduras e legumes continuam a subir. Os paraenses pagaram bem mais caro pelos produtos hortis entre janeiro e junho deste ano; alguns desses produtos superam a inflação do período e chegam a mais de 100%. Essas informações são de um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE/PA), divulgado na última terça-feira (2).
Os produtos que mais sofreram reajustes no mês de junho em comparação a maio, ambos este ano, em Belém, foram a batata, com alta de 15,35%, seguida do cariru (9,71%), cheiro verde (9,26%) e chicória (7,46%). Outros aumentos notáveis incluíram a couve (6,25%), alface (4,41%), jambu (4,06%), pimentão verde (3,80%) e cebolinha (2,95%). Dentre os poucos produtos que tiveram redução de preços, destacam-se o chuchu, com queda de 5,13%, maxixe (3,11%) e batata-doce branca (3,05%).
Na Feira da Pedreira, um dos pontos mais tradicionais da cidade, vendedores e consumidores compartilham suas impressões sobre esses aumentos. O feirante Nildo Moreira, de 44 anos, relata que o período de chuvas intensas, antes do verão amazônico, contribuiu para a elevação dos preços. “No inverno, os preços subiram bastante, principalmente nas folhagens, além de tomate, cebola, batata e cenoura. Agora, estão começando a se estabilizar”, afirmou. Segundo Nildo, a batata, que chegou a ser vendida para o consumidor final a R$ 15,00 o quilo, agora custa entre R$ 10,00 e R$ 12,00.
Já na barraca de Luiz Colares, 62, o comerciante observa que a alta nos preços não é um fenômeno recente. “Tomate, batata e cenoura tiveram aumentos significativos. Quando os preços sobem, a gente tem que diminuir as compras porque a demanda de clientes cai. O cliente reclama e, às vezes, opta por não levar”, explicou. Ele contou que a couve, que antes era repassada ao cliente a R$ 3,00 o maço, agora chega a custar R$ 5,00, e isso reflete diretamente no volume de vendas.
Os consumidores, por sua vez, tentam se adaptar. O médico Audo Vieira, 43, que frequenta a feira regularmente, também sentiu o impacto no bolso, especialmente na compra de brócolis e couve-flor, que aumentaram bastante.
“Para compensar, busco alternativas mais baratas, como repolho e pepino. Às vezes a necessidade de pesquisar preços em diferentes feiras e estabelecimentos é fundamental para conseguir economizar. Temos que tirar da nossa dieta e é muito triste ver isso, que a gente não possa comer bem aquilo que a gente julga que seja necessário para além da alimentação, mas para nutrição”, diz.
1º SEMESTRE
Com reajustes superando a inflação estimada em 2,50% para o período do primeiro semestre de 2024, de acordo com o Dieese-PA, alguns produtos alcançaram mais de 100%. Esses reajustes foram influenciados por fatores como a entressafra, variações climáticas, qualidade da colheita e custos de frete.
Entre os que mais tiveram aumentos estão a beterraba, com alta de 101,18%, a cenoura (99,69%), e a abóbora (69,83%). Outros itens como batata (66,23%), pimentão verde (58,88%), chuchu (52,68%), couve (45,92%), jambu (38,24%), repolho (36,86%) e cheiro verde (35,11%) também registraram aumentos expressivos. Já o maxixe (18,67%), a salsa (20,15%) e o cariru (20,21%) foram os que menos sofreram impacto durante o período.