Bola

Paysandu precisa "jogar o sofrimento" para o adversário

Nildo Lima

A promessa feita pelo treinador Hélio dos Anjos, em meio ao calor da vitória sobre o América-MG, de que os adversários do Paysandu na Série B do Brasileiro iriam sofrer, caso partissem para cima do seu time, até aqui não se concretizou. E o pior: quem tem sofrido nos jogos do Papão em casa, é o torcedor, como aconteceu no último domingo, quando a equipe alviceleste, não foi além de um empate, por 1 a 1, diante do Operário, do Paraná. Abstraído o triunfo sobre o adversário mineiro, o representante paraense na Segundona só conseguiu empatar em Belém, desperdiçando um total de dez pontos.

Dos 18 pontos que disputou em seu reduto, o Papão só conseguiu somar oito, o que lhe dá o rendimento de 44,4%, um déficit significativo para quem começou o campeonato mirando a Série A de 2025. O Papão ocupa a 15ª posição na classificação, com 16 pontos. De acordo com as projeções matemáticas do site Chance de Gol, o time listrado tem 20,2% de probabilidade de assegurar o acesso no final da competição. Menos mal, que as chances de queda à Série C, segundo a mesma página, são de apenas 1,8%.

Após o triunfo frente ao América, Dos Anjos, ao seu estilo, disparou: “Nós vamos jogar sempre assim”, prometeu o treinador, indo além. “Se sair para o embate com a gente, o adversário vai sofrer aqui dentro e vai sofrer dentro da casa dele também”, prometeu. Mas o que se viu no jogo do último final de semana foi o Paysandu passar por maus bocados em grande parte dos 90 minutos, com o Operário dando as cartas em campo e colocando em risco a invencibilidade bicolor dentro de casa (leia matéria ao lado).

Ao final da partida, contrariando sua própria promessa, Dos Anjos reconheceu, de forma honesta, diga-se, que o Paysandu ficou muito aquém de uma atuação capaz de fazer o adversário viver a sofrência. “Não achei que estivemos nos nossos melhores dias”, admitiu. “Erramos muitos passes e sentimos as condições impostas pelo adversário. Eles colocaram uma condição difícil no início do segundo tempo, mas reagimos bem. Os lados de campo sentiram a competitividade maior do duelo e isso me preocupa”, analisou.

Seguindo em sua avaliação, o treinador afirmou, com outras palavras, que faltou inteligência à sua equipe para aproveitar pontos que ele apontou como vulneráveis do visitante. “O lado direito deles tinha um jogador mais frágil na marcação e outro que está voltando agora de lesão. Não fomos agressivos o suficiente para aproveitar isso”, concluiu.