Confira a coluna de Gerson Nogueira
Uma vitória que vale 6 posições
O PSC vive uma situação curiosa na Série B. Atravessa um momento vitorioso, após rodadas de bom desempenho – vitórias fora de casa (Ituano e Chapecoense) e empate com o CRB –, com atuações convincentes e excelente performance ofensiva, com 8 gols em três jogos. Apesar disso, o time não consegue se deslocar da parte inferior da classificação.
Ocupa hoje a 15ª posição, com 15 pontos, está mais perto do Z4 do que da primeira página da tabela. O jogo contra o Operário-PR, neste domingo à tarde (com transmissão da RBATV), surge como a oportunidade para começar a fugir dessa posição incômoda.
Com mais três pontos, o Papão pode chegar à 11ª posição, ficando colado ao Novorizontino (10º). Seria uma escalada de seis colocações. O adversário cumpre uma campanha consistente. Está em 3º lugar, com 21 pontos e 6 vitórias.
O Operário tem a melhor defesa da competição, com apenas 6 gols sofridos – contra 13 do Papão. Como se vê, é um adversário respeitável. Ocorre que, na Curuzu, a invencibilidade bicolor é de quase um ano. Ficou famosa a frase de que os adversários sofrem quando encaram o caldeirão bicolor, ainda mais com recorde de público, como previsto.
A necessidade de acumular vitórias tem feito a equipe se comportar agressivamente como visitante, o que lhe garantiu 8 pontos até agora. Em casa, porém, os números são mais tímidos: foram apenas 7 pontos ganhos, a terceira pior posição entre os mandantes.
Passar pelo Operário é, portanto, mais que uma necessidade de afirmação. É a chance de melhorar os números do time e garantir que o PSC finalmente chegue às proximidades do primeiro pelotão.
As dúvidas se concentram no meio-de-campo, onde Leandro Vilela será substituído por Wesley Braga ou Val Soares. Na meia, Juninho deve ser o titular. Caso não possa jogar, será substituído por Netinho.
Para o ataque, nenhum mistério: Jean Dias, Nicolas e Esli García. Nas últimas partidas, o centroavante é o que teve menor rendimento. Sem conseguir marcar, Nicolas vive uma espécie de crise criativa. Nada melhor do que dar a volta por cima diante da melhor defesa do campeonato.
Bola na Torre
Guilherme Guerreiro comanda a atração, a partir das 22h, na RBATV. Em destaque, os jogos de PSC e Remo nas séries B e C. Participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Edição de Lourdes Cezar.
Uruguai de Bielsa é melhor time da Copa América
Os jogos têm sido tediosos nesta Copa América, por isso precisamos falar da grande sensação do torneio até agora: o Uruguai, que deu um baile na Bolívia, cravando uma goleada por 5 a 0, na quinta-feira, em Nova Jersey. Por trás disso, meu técnico favorito, Marcelo Bielsa.
O placar não foi o mais importante. O que merece destaque é a brilhante atuação do time liderado por De La Cruz e Darwin Nuñez. Desde os primeiros movimentos, o Uruguai partiu para o ataque. Fez dois gols, controlou o jogo e marcou incansavelmente, sem dar qualquer chance à Bolívia.
Ao contrário de boa parte das equipes atuais, a Celeste Olímpica joga com seriedade o tempo todo. Vencia por 3 a 0 no 2º tempo e seus volantes e atacantes marcavam a saída de bola, fechando espaços e levando os bolivianos ao erro. Depois de chegar ao quinto gol, seguiu na mesma toada, cercando e buscando desarmes.
De La Cruz foi o grande maestro da noite, com assistências precisas e posicionamento impecável, mas o que impressiona é a força do jogo coletivo e a intensidade. Não há um minuto de desatenção ou firula desnecessária. É foco total.
Mestre Bielsa é conhecido pela solidez de seus times, cuja entrega física não anula o talento individual. Com El Loco no comando, o Uruguai deixou de lado a mania de sair distribuindo pancada. É um time que sua a camisa, mas joga bola em nível muito superior às demais seleções.
Biela estava de férias quando foi convidado a assumir o Uruguai, depois de uma campanha empolgante com o Leeds United na 2ª divisão inglesa. Admirado por gente do quilate de Pep Guardiola, ele não tem nada de louco, mas é cerebral e estudioso, qualidades raras no ofício.