Circulando Cinema em sessão na Praça do Carmo

Aline Rodrigues

A exibição de curtas-metragens, além de bate-papo com a pesquisadora Cláudia Melo, tudo regado a pipoca, mingau e outras surpresas marcam o encerramento do projeto Circulando Cinema, da Associação Circular, sábado (29), a partir das 18h. A iniciativa vem fazendo sucesso ao propôr assistir filmes na tela grande em espaços abertos da cidade. Esta última sessão do ano, por exemplo, ocorrerá na Praça do Carmo.

Entre os curtas-metragens está a animação “Aurora – A Rua Que Queria Ser Rio” (SP, 2021), dirigida por Radhi Meron, que abre a sessão. Em um dia de chuva, Aurora reflete sobre sua existência e se questiona sobre seu futuro, em um filme que mescla lirismo e uma crítica sutil às transformações urbanas. Depois é a vez de “O Barco e o Rio” (AM, 2020), de Bernardo Ale Abinader, uma live action onde conhecemos a vida de Vera, uma mulher religiosa que cuida de uma embarcação no porto de Manaus. A narrativa explora as divergências familiares e a luta pela manutenção das tradições em um cenário de mudança constante.

Na exibição de hoje tem ainda “Hospital de Brinquedos” (CE, 2022), documentário tocante sobre Bia, que, após a avó Dona Maria sofrer um AVC, precisa lidar com a ausência da figura materna. “Bença” (PR, 2023), de Mano Cappu, é um drama ficção que captura a tensão emocional de Antônio, que, durante uma visita à prisão, vê seu mundo desabar ao encontrar seu filho Rodrigo saindo de uma cela. E tem “Big Bang (MG/França, 2022), de Carlos Segundo, traz a história de Chico, um homem com nanismo que enfrenta a exclusão social e o abandono familiar. Entre outros filmes.

Após as exibições, acontece um bate-papo com a pesquisadora e professora do curso de cinema da UFPA, Cláudia Melo, sobre “A importância do audiovisual para o patrimônio e na formação das memórias e identidades humanas”. Luciana Medeiros, diretora de comunicação da Associação Circular, comenta o sucesso do projeto. “A participação da comunidade warao, que era um dos objetivos do projeto, deu muito certo. A oficina do Felipe Cortez, o bate-papo com Fernando [Segtowick] e agora com a Cláudia Melo, tudo conversado também com a curadoria dos filmes, da Lorenna Montenegro, que soube fazer esse recorte da infância, da memória e do patrimônio, sob vários aspectos. Consideramos que o projeto foi muito bem recebido, exploramos novos espaços e possibilidades de exibição de cinema na cidade, temos muito a avaliar e aperfeiçoar”.

Há ainda a perspectiva de novas edições, “quem sabe mais ampla”, diz Luciana. “Mas este ano ainda teremos mais um projeto vindo à tona pela LPG [Lei Paulo Gustavo], um curta documentário filmado na Campina. Aguardem, a previsão de lançamento é outubro. Será o terceiro produto audiovisual parido pelo Circular”, celebra.