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Desafio para o Papão, e para Nicolas

O Papão busca melhorar o retrospecto no Sul. Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu
O Papão busca melhorar o retrospecto no Sul. Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu

Desafio para o Papão, e para Nicolas

O jogo com a Chapecoense neste domingo à tarde, em Chapecó (SC), representa um novo desafio para o PSC em busca de afirmação dentro do Brasileiro da Série B. Em 16º lugar, com 12 pontos, a um passo da zona da degola, a equipe paraense busca retomar o bom desempenho dos jogos contra América-MG e Ituano, seus melhores momentos na competição.

O sistema não mudou, as peças continuam basicamente as mesmas, mas o desempenho varia muito, tanto em casa quanto fora. É um problema que a comissão técnica não consegue resolver. Por conta dessa instabilidade, o Papão continua marcando passo na parte inferior da tabela.

Time por time, o adversário não é de assustar. Na classificação, a Chape não está tão à frente. Está tem apenas duas colocações acima. Ocupa a 12ª posição, com 14 pontos. As atuações da equipe catarinense têm sido muito criticadas, com altos e baixos.

No PSC, cada vez mais se consolida a impressão de que o time sente falta da liderança técnica de Nicolas, ídolo da torcida e principal goleador na temporada. Com discreta participação no campeonato, eclipsado pelo sucesso de Esli García, o camisa 9 precisa reagir.

O posicionamento mais recuado, que é alvo de questionamento até do treinador, talvez explique as dificuldades do artilheiro na Série B. Nicolas é um exímio cabeceador e tem recursos técnicos que fazem dele um atacante extremamente eficiente dentro da área.

Quando ele sai para buscar jogo ou auxiliar na troca de passes, fica longe demais da área e abre mão de seus maiores trunfos. Um exemplo disso foi o confronto com o Sport, em Recife, quando ele se manteve distante das poucas tramas ofensivas do PSC.

No único cruzamento perigoso em direção à área pernambucana quem apareceu para cabecear foi o volante João Vieira. Curiosamente, Nicolas estava junto à linha da grande área, acompanhando o lance à distância.

Diante do Ituano, quando o ataque bicolor foi avassalador, Nicolas não conseguiu marcar. Encabulado, apresentou-se para cobrar o pênalti e desperdiçou, como havia ocorrido diante do América-MG na Curuzu.

É evidente que o inesperado sucesso de Esli tem efeito sobre o desempenho do centroavante, o que é mais do que natural em função da competitividade. Ocorre que Nicolas pode contribuir para que o ataque seja ainda mais forte. É fundamental que reencontre o caminho do gol e, para isso, tem que jogar ao lado de Esli.

A distância entre ambos facilita o trabalho das defesas adversárias. O sistema 4-3-3 utilizado pelo PSC muitas vezes se transforma em 4-4-2 porque Nicolas renuncia ao papel de protagonista no ataque. Corrigir essa distorção é missão e responsabilidade da comissão técnica. Nicolas precisa voltar a jogar em bom nível.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta o programa, a partir das 22h deste domingo, com a participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba baionense. Em debate, as rodadas das Séries B, C e D. A edição é de Lourdes Cezar.

Quatro campeões nacionais na zona do rebaixamento

Fazia tempo que não se via uma zona de rebaixamento tão pontilhada de estrelas do futebol brasileiro. Disputadas dez rodadas, Vasco, Corinthians, Grêmio e Fluminense ocupam as últimas posições da Série A, algo impensável quando a competição começou.

Que o Vasco vive momentos difíceis, não é novidade. Já o Corinthians, mesmo sem ter um grande time, faz um esforço desmedido para tornar tudo ainda pior. O Grêmio tem uma justificativa válida: o time virou visitante, em função da tragédia ambiental no Rio Grande do Sul.

Problema de alto calibre é o do Fluminense. Campeão da Libertadores, o Tricolor tem somente seis pontos, já sofreu 18 gols e vem acumulando derrotas inexplicáveis. Fernando Diniz, que até meses atrás era celebrado, passou a ser hostilizado e apontado como culpado pela má campanha.

Pode ser um retrato de momento, afinal o campeonato está só começando, mas é um cenário difícil de explicar em relação ao desempenho daquele que foi o melhor time da América do Sul em 2023.

Leão festeja a simplicidade de critérios na escalação

Em 10º lugar, o Remo entra em campo na segunda-feira à noite, no Frasqueirão, em Natal. Vai enfrentar o ABC, que está um ponto abaixo, ocupando a 13ª colocação. É jogo para alavancar posições dentro da Série C. Caso ainda ambicione a classificação, o Leão terá que lutar pela vitória, a fim de entrar pela primeira vez no G8.

O empate não é um resultado totalmente ruim, mas praticamente inviabiliza o fim do “projeto do acesso”, pois restariam nove rodadas e possibilidades reduzidas de terminar entre os oito classificados.

Em meio a isso, o ambiente no Baenão é visivelmente melhor do que no começo da competição. Gustavo Morínigo não conseguiu estabelecer uma comunicação clara e transparente com o elenco. Exagerava nas mudanças e a cada jogo inventava uma nova escalação.

Rodrigo Santana, que chegou sem despertar grande entusiasmo, tem surpreendido com um método prático: moldou um novo sistema, com três zagueiros, e acabou com as alterações que tanto intranquilizavam a todos.

Desde o jogo de estreia, contra o Sampaio Corrêa, o Remo tem uma escalação oficial. Os titulares são os mesmos, de Marcelo Rangel a Ytalo. O desempenho melhorou significativamente, tanto no aspecto coletivo quanto no individual.

Não por acaso, em 9 pontos disputados, o time conquistou 6. Nos seis jogos anteriores, a equipe somou apenas 4 pontos.